sexta-feira, 5 de outubro de 2012

OSUN !!! A ORISÁ DA MISERICÓRDIA !!!

ORISÁ OSUN: A SENHÓRA DA PAIXÃO E DAS ÁGUAS DOS RIOS, CACHOEIRAS E LAGOS. A DONA DO OURO E DA MISERICÓRDIA, A SENHORA DA BELEZA.
NAS NAÇÕES: KABINDA- OYÓ- IJESÁJEJÊ- NAGÔ- CONGÔ
NAÇÕES CULTUADAS NO RIO GRANDE DO SUL.
 A ORISÁ OSUN  na religião yoruba, é uma (Orisá) que reina sobre a água doce dos rios, o amor, intimidade, beleza, riqueza e diplomacia. A ORISÁ OSUN, é uma orisá muito querido para os seguidores de todas as NAÇÕES brasil afóra. (de norte a sul do BRASIL em qualquer nação)
A ORISÁ OSUN  é dona do ouro, e é a RAINHA da NAÇÃO IJESÁ.
A ORISÁ OSUN  é também a senhora da misericórdia cujo dia especifico do ano: chamado de o dia da misericórdia é o sabado de aleluia.
A ORISÁ OSUN,  Osun, Oshun, Ochun ou Oxum, na Mitologia Yoruba é um orisá feminino. O seu nome deriva do rio Osun, que corre, região nigeriana de ijexá e Ijebu Identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e Ôxê, é representada por todas as nações, material e imaterialmente, por meio do assentamento sagrado denominado IGBÁ OSUN= VASILLHA DE OSUN.    

É tida como um único Orisá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma profundidade desse rio. As mais velhas ou mais antigas são encontradas nos locais mais profundos (Ibu), enquanto as mais jovens e guerreiras respondem pelos locais mais rasos. Ex.: Osun Osogbo, Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu, etc.


Em sua obra Notas Sobre o Culto aos Orisás e Voduns, Pierre Fatumbi Verger escreve que os tesouros de DA ORISÁ OSUN  são guardados no palácio do rei Ataojá. O templo situa-se em frente e contém uma série de estátuas=(OGBONIS=VULTOS) esculpidas em madeira, representando diversos Orisás: "Osun Osogbo, que tem as orelhas grandes para melhor ouvir os pedidos, e grandes olhos, para tudo ver. Ela carrega uma espada para defender seu povo."
O Festival de Osun é realizado anualmente na cidade de Osogbo, Nigéria.
O Bosque Sagrado DA ORÍSÁ OSUN-Osogbo, onde se encontra o Templo de Osun, é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2005.
AS ORISÁ OSUN, YNHANÇÃ E OBÁ eram esposas DO ORISÁ SÀNGÓ. Muitos dizem que A ORISÁ OSUN enganou A ORISÁ OBÁ e a induziu a cortar a orelha e colocá-la no amalá DO ORISÁ SÀNGÓ, criando, com isso, uma grande desavença entre ambas. Mas, na verdade, A ORISÁ OBÁ apenas cortou sua orelha para provar seu amor ao ORISÁ SÀNGÓ. Muitos difundiram este ITÃN porque A ORISÁ OSUN é a orisá da beleza e da juventude, ao passo que A ORISÁ OBÁ tem mais idade e protege as mulheres dignas, idosas e necessitadas, além de trabalhar com A VODUN NÁNÃ BOROKÊ. Quem afirmar que há uma desavença entre AS ORISÁS OSUN E OBÁ e que esta é a menos amada Pelo ORÍSÁ SÀNGÓ está muito errado, porque A ORISÁ OBÁ é aquela mulher que fica ao lado do marido e que mais recebe o amor dele. Quanto ao fato de algumas qualidades lutarem entre si, não é por causa da "desavença", que nem é verdadeira, e sim porque as qualidades fazem uma representação de conflitos e guerras do tempo em que tais qualidades estavam na Terra. Do mesmo jeito que, se houver uma qualidade da ORISÁ YNHANÇÃ=(YÁ MESAN) que, quando viveu na Terra, teve uma guerra com O ORISÁ ÒGÚN, quando ambos CHEGAREM na terra em seus filhos, representarão uma luta entre si, para mostrar que possuiam certa desavença, e um pouco da história do mundo. Vale lembrar que estamos falando dos ORISÁS OSUN E OBÁ, e quando em vida tivérão seus problemas pessoais, porém sabemos que ao retornar ao ORUN=(CÉU) ISTO TUDO FICOU PARA TRÁZ, POIS À ELES CABE
NOS PROTEGER E AMPARAR E NÃO SE DEICHAR LEVAR POR PICUINHAS MUNDANAS.
A ORISÁ OSUN é um Orisá feminino da nação Ijesá, adotada e cultuada em todas as outras nações  afro-brasileiras. É a Orisá das águas doces dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza. NA ORISÁ OSUN, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelo AMOR nas uniões ( no sentido de paixão), e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de "Senhora do Ouro", que outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época.
Na natureza, o culto  A ORISÁ OSUN costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de águas minerais. A ORISÁ OSUN é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém.
BATUQUÊ= NAÇÕES DE: KABINDA, OYÓ, JEJÊ, IJESÁ, NAGÔ, CONGÔ(TODAS CULTUADAS NO R.G. DO SUL): A ORISÁ OSUN é a dona do ouro o lastro do dinheiro, dona das paixões, é dona da misericórdia é a senhora das águas doces, lagos, rios e cachoeiras, A ORISÁ OSUN é também a dona da beleza,  A ORISÁ OSUN é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.
QUALIDADES DA ORISÁ OSUN
NO BATUQUÊ= NAÇÕES DE: KABINDA- OYÓ-JEJÊ-IJESÁ-NAGÔ E CONGÔ.
  • OSUN PANDA=(IPONDA) A GRANDE GUERREIRA que é a mãe do ORISÁ LOGUN-eDÉ, orisá menino REI DA NAÇÃO ILESÁ, filho da ORISÁ OSUN PANDA COM O ORISÁ ERINLÉ E NÃO COM O ORISÁ OSSOSI COMO ACREDITAM ALGUNS SEGUIMENTOS AFROS, O ORISÁ LOGUNe-DÉ compartilha dos  asés da ORISÁ OSUN. Ambos dançam ao som do ritmo ijesá, toque que recebe o nome de sua região de origem. A ORISÁ OSUN PANDA Usa um abebé (espelho de metal) nas mãos, uma alfange (adaga), por ser guerreira, e um ofá (arco e flecha) dourado, por sua ligação com O ORISÁ ERINLÉ= ( O QUAL NÃO É O ORISÁ OSSOSÍ E NEM UMA QUALIDADE DO MESMO). A ORISÁ OSUN IPONDA é uma das OSUNS  mais jovens.
  • OSUN PANDÁ YBEJÍ: ligada aos ORISÁS YBEJÍ.
  • OSUN IPONDÁ MIWÁ= PANDÁ MIÚA.
  • OSUN DEMUN: (YJIMÚN) LIGADA A FEITIÇARIA E AS YAMI SORONGA= (MINHA MÃE FEITICEIRA)
  • OSUN DOKÔ: Á MAIS VELHA DAS OSUNS A MATRIARCA PODEROSA.
  • OSUN KARE – OSUN LIGADA AO DINHEIRO MAIS DO QUÊ AO OURO, veste dourado, cor do ouro. Usa um abebé e um ofá e espada dourados.
  • OSUN GAMA: (Gama: Vodun feminino da mesma FAMILIA de Sakpatá, incorporado ao culto Yorubá como qualidade DA ORISÁ OSUN)
  • OSUN OMINÍBÚ
  • OSUN AJAGÚRA
  • OSUN IJÍMÚ.
  • OSUN IPETÚ.
  • OSUN ÈWUJI.
  • OSUN OBOTO ou ABÒTÒ.
  • OSUN IBOLA.
  • OSUN APARÁ - qualidade de OSUN, em que usa um abebé e um alfange (adaga) e espada e também ofá. Caminha com OYÁ, com quem muitas vezes é confundida. Diferente das outras OSUNS por ter enredo com muitos Orisás, vem acompanhada de OYÁ E ÒGÚN ONÍRÁ.
  • Dia da semana: SABADO
  • Data: 8 DE DEZEMBRO
  • Cores: AMARELA:(COM VARIAÇÕES NOS TONS DE AMARELO DEPENDENDO DA QUALIDADE)
  • Igbá= vasilha: bacia de louça, sopeira, 8 pratos, 8 buzios, 8 moedas, 8 idès=(braceletes de cobre), ouro e ferramentas.
  • Comidas: EBÔ AMARELO COM OIN=(CANJICA AMARELA COM OIN  = MÉL) Aberém, mugunzá, OMOLOKUN, opeté=( ipeté )e peixes de couro bem temperados e recheados.
  • Doces e frutas: quindins, bolos, papo de anjo, mamão, melão, manga, fruta do conde, mél, uvas rosas e uvas verdes.
Locais de oferenda: beira de lagos,cachoeiras, rios. (cemiterios, somente OSUN GAMA).
Ervas: gervão roxo, quaresmeira, folha da COSTA, onda do mar,   vassourinha, pinhão roxo, folha da fortuna, guanchuma, e outrás.
Sincretismo: Nossa senhora da conceição
Flores: crisantemos amarelos, lirios, rosas amarelas, sempre viva, onze horas.
Bebidas: suco de uvas rosadas e chanpanhe.
Velas: amarelas
Fios de contas: amarelos (em tons diferentes dependendo da qualidade de OSUN).
Animais: cabra, frangas amarélas, marrecos brancos, angóla e pombos.
Corpo: orgãos reprodutores femininos
Símbolos: abebè= (espelho) espada, escudo e as vezes ofá= (arco e flecha) coração.
Elementos: àgua, rios e cachoeiras, lagos
Região da África: IJESÁ, Nação: IJESÁ
Metal: OURO
Domínios: Vida, maternidade, fertilidade, sedução, UTERO, beleza, espelhos.
Crianças até começarem a andar.
Saudação: ORÍ YeYE O, ORA YEYEU, ORA YEYE O FIDEROMÃ, ORA YEYEU OSUN MAJAGURABÁ TUTU MI KÉ ELÈ PANDA O !!!
ARQUÉTIPO
As Características Dos Filhos da ORISÁ OSUN
Os filhos de OSUN amam espelhos, jóias caras, ouro, são impecáveis no trajar e não se exibem publicamente sem primeiro cuidar da vestimenta, do cabelo e, as mulheres, da pintura.
As pessoas de OSUN são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza.
Talvez ninguém tenha sido tão  feliz para definir a filha de  OSUN como o pesquisador da religião africana, o  francês  Pierre fatunbi Verger, que escreveu: "o arquétipo  de OSUN é  das mulheres graciosas  e  elegantes,  com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das  mulheres  que são símbolo do charme e da beleza. Voluptuosas e  sensuais, porém mais reservadas que as de OYÁ. Elas evitam chocar a opinião publica, á qual dão muita importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social".
Os filhos de OSUN são mais discretos, pois, assim com apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente. A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante.
Os filhos de OSUN têm tendência para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto.
O sexo é importante para os filhos de OSUN. Eles tendem a ter uma vida sexual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de OYÁ ou de ÒGÚN. Representam sempre o tipo que atrai e que é, sempre perseguido pelo sexo oposto. Aprecia o luxo e o conforto, é vaidoso, elegante, sensual e gosta de mudanças, podendo ser infiel. Despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.
Na verdade os filhos de OSUN são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não eles próprios, mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres mais apaixonados e dedicados do mundo. São boas donas de casa e companheiras.
São muito sensíveis a qualquer emoção, calmos, tranqüilos, emotivos, normalmente têm uma facilidade muito grande para o choro.
O arquétipo psicológico associado a OSUN se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros.
Faz parte do tipo, uma certa preguiça coquete, uma ironia persistente, porém discreta e, na aparência, apenas inconseqüente. Pode vir a ser interesseiro e indeciso, mas seu maior defeito é o ciúme. Um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade dos filhos de OSUN é compreensível como manifestação mais profunda: seus filhos tendem a ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar os segredos dos outros, mas porque essa é a única maneira de terem informações em troca.
É muito desconfiado e possuidor de grande intuição que muitas vezes é posta à serviço da astúcia, conseguindo tudo que quer com imaginação e intriga. Os filhos de OSUN preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o movimento do rio, quando a água contorna uma pedra muito grande que está em seu leito, em vez de chocar-se violentamente contra ela, por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.
Entretanto, ás vezes, parecem esquecer um objetivo que antes era tão importante, não se importando mais com o mesmo. Na realidade, estará agindo por outros caminhos, utilizando outras estratégias.
OSUN é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade.
Orìkí fún Òsun Ìba Òsun sekese Ìba Òsun olodi Latojoki awede we’mo Ìba Òsun ibu kole Yeye kari Latokoko awede we’mo Yeye opo O san rere o Àse Orìkí para Òsun Eu elogio a ORISÁ do mistério, ORISÁ que limpa de dentro para fora, Eu elogio a ORISÁ do rio, ORISÁ que limpa de dentro para fora Eu elogio a ORISÁ da sedução, Mãe do espelho ORISÁ que limpa de dentro para fora Mãe da abundância Nós cantamos seus elogios Asé !!!
ITÃN DA ORISÁ OSUN
Conta-se, que certo dia, A ORISÁ OSUN recebeu DO ORISÁ OBATALÁ, a ordem de iniciar o primeiro ser humano no culto aos Orisás.
Havendo selecionado entre muitos, aquele que viria a ser o primeiro iniciado, A ORISÁ OSUN tratou de seguir as orientações fornecidas pelo grande Orisá Funfun, contando para isto com o auxílio DOS VODUNS ELEGBARÁ e OSSAIN, além das orientações DE BABÁ ORUNMILÁ.
Todos os preceitos foram seguidos à risca e era BABÁ ORUNMILÁ, através da consulta ao oráculo, quem traduzia as orientações emanadas de OBATALÁ.
Ao fim da cerimônia, verificou-se uma total mudança na personalidade do iniciado que, de pessoa comum, transformou-se num ser excepcional, dotado de profundo sentimento religioso e plena dedicação ao culto para o qual havia sido preparado.
Diante deste fato, A ORISÁ OSUN, percebendo que jamais seria possível a obtenção de um ser humano de tantas qualidades, intercedeu junto ao Grande Orisá para que o sacerdote fosse preservado do toque de IKÚ=A MORTE. OBATALÁ, em sua imensa sabedoria, não querendo interferir na lei natural que determina que todos os seres vivos devem um dia ser entregues aos cuidados de Iku, admitiu a possibilidade de eternizar, apenas simbolicamente, aquele a quem foi confiada a propagação de sua própria religião e desta forma, ordenou que sobre sua cabeça fosse colocado o osú, transformando-o, imediatamente, numa ave a que deu o nome de Etú (galinha d'Angola)

ITAÑ DE OSUN
Conta-nos um itãn, que AORISÁ OSUN queria muito aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação, para tanto, foi procurar O VODUN ELEGBARÁ, para aprender os princípios de tal dom. O VODUN ELEGBARÁ, muito matreiro, falou A ORISÁ OSUN que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para tanto, ficaria A ORISÁ OSUN sobre os domínios do VODUN ELEGBARÁ durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em troca ele a ensinaria. E, assim foi feito, durante sete anos A ORISÁ OSUN foi aprendendo a arte da adivinhação que o VODUN ELEGBARÁ lhe ensinará e consequentemente, cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeres domésticos na casa DO VODUN ELEGBARÁ. Findando os sete anos, OSUN E BARÁ, tinham se apegado bastante pela convivência em comum, e A ORISÁ OSUN resolveu ficar em companhia desse VODUN. Em um belo dia, O ORISÁ SÀNGÓ que passava pelas propriedades de ELEGBARÁ, avistou aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um rio e de pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com A ORISÁ OSUN. Foi-se a tal ponto que SÀNGÓ, viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher, e perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em seu lindo castelo na cidade de Oyó ? A ORISÁ OSUN rejeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de BARÁ. SÀNGÓ então irado por ter sido contrariado, sequestrou A ORISÁ OSUN e levou-a em sua companhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo. BARÁ, logo de imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupila de anos de convivência.Chegando nas terras de SÀNGÓ, ELEGBARÁ foi surpreendido por um canto triste e melancólico que vinha da direcção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava A ORISÁ OSUN, triste e a chorar por sua prisão e permanência na cidade do Rei. BARÁ, esperto e matreiro, procurou a ajuda de ORUNMILÁ, que de pronto agrado lhe cedeu uma poção de transformação para A ORISÁ OSUN desvencilhar-se dos domínios DO ORISÁ SÀNGÓ. BARÁ, através da magia pode fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção. A ORISÁ OSUN tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pode então retornar em companhia de BARÁ para sua morada.
ITÃN DE OSUN
 O Rio OSUN passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes. Por esta razão é que Larô, o primeiro rei deste lugar, aí instalou-se e fez um pacto de aliança com A ORISÁ OSUN.
Na época em que chegou, uma de suas filhas fôra se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no dia seguinte, soberbamente vestida, e declarou que A ORISÁ OSUN a havia bem acolhido no fundo do rio. Larô, para mostrar sua gratidão, veio trazer-lhe oferendas. Numerosos peixes, mensageiros da divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas. Um grande peixe chegou nadando nas proximidades do lugar onde estava Larô. O peixe cuspiu água, que Larô recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo, assim, um pacto com o rio. Em seguida ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe saltou sobre ela. Isto é dito em iorubá: Atewo gba ejá. O que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar. Ataojá declarou então: "OSUN GBÔ!"" A ORISÁ OSUN está em estado de maturidade, suas águas são abundantes."Dando origem ao nome da cidade de OSOGBÔ=(Oxogbô). Todos os anos faz-se, aí, grandes festas em comemoração a todos estes acontecimentos.

ITÃN DE OSUN
Orê Yeyê ô! A ORISÁ OSUN era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Se uma mulher era elegante, possuía jóias de cobre pesadas. A ORISÁ OSUN era cliente dos comerciantes de cobre. Omiro wanran wanran wanran omi ro!"A água corre fazendo o ruído dos braceletes da  ORISÁ OSUN !" A ORISÁ OSUN lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. A ORISÁ OSUN foi a segunda mulher do ORISÁ SÀNGÓ. A primeira chamava-se ORISÁ OYÁ e a terceira ORISÁ OBÁ. A ORISÁ OSUN tem o humor caprichoso e mutável. Alguns dias, suas águas correm aprazíveis e calmas, elas deslizam com graça, frescas e límpidas, entre margens cobertas de brilhante vegetação. Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a outro.Outras vezes suas águas, tumultuadas, passam estrondando, cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e inundando campos e florestas. Ninguém poderia atravessar de uma margem à outra, pois ponte nenhuma as ligava. A ORISÁ OSUN não toleraria uma tal ousadia! Quando ela está em fúria, ela leva para longe e destrói as canoas que tentam atravessar o rio. Olowu, o rei de Owu, seguido de seu exército, ia para a gerra. Por infelicidade, tinha que atravessar o rio num dia em que este estava encolerizado. Olowu fez  A ORISÁ OSUN uma promessa solene, entretanto, mal formulada. Ele declarou: " Se voce baixar o nível de suas águas, para que eu possa atravessar e seguir para a guerra, e se eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere", isto é, boas coisas. A ORISÁ OSUN compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei de Ibadan. Ela Baixou o nível das águas e Olowu continuou sua expedição.Quando ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável, novamente encontrou A ORISÁ OSUN com o humor perturbado. O rio estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos, búzios, bois, galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de omolokun, iguaria onde suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e camarões. Mas A ORISÁ OSUN devolveu todas estas coisas boas sobre as margens. Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a submeter-se e jogar nas águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio. A ORISÁ OSUN, escrupulosamente, devolveu o recém-nascido dizendo: "É Nkan que me foi solenemente prometida e não a criança. Tome-a!". As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra. O rei de Ibadan, sabendo do fim trágico de sua filha, indignado declarou: "Não foi para que ela servisse de oferenda a um rio que eu a dei em casamento a Olowu!" Ele guerreou com o genro e o expulsou do país.
ITÃN DE OSUN
Houve um tempo em que os orisás masculinos se reuniam para discutir sobre a vida dos mortais e não deixavam as deusas participarem das decisões. Aborrecida com isso, A ORISÁ OSUN fez com que as mulheres ficassem estéreis e então tudo deu errado na terra. Os orisás foram consultar *OLORUN* = *DEUS* e ele explicou que sem a presença da ORISÁ OSUN com seu poder sobre a maternidade, nada poderia dar certo. Os orisás, então, convidaram A ORISÁ OSUN para participar das reuniões: as mulheres voltaram a ser fecundas e todos os projetos dos orisás tiveram bom resultado.
ITÃN DE OSUN
A ORISÁ OSUN era a mais bela e amada filha DO ORISÁ OSALÁ. Dona de beleza e meiguice sem iguais, a todos seduzia pela graça e inteligência. A ORISÁ OSUN era também extremamente curiosa e apaixonada. E quando certa vez se apaixonou por um dos orisás, quis aprender com o ORISÁ ORUNMILA, o melhor amigo de seu pai, a ver o futuro. Como o cargo de olwô (dono do segredo) não podia ser ocupado por uma mulher, O ORISÁ ORUNMILÁ, já velho, recusou-se a ensinar o que sabia A ORISÁ OSUN.
A ORISÁ OSUN então seduziu O VODUN ELEGBARÁ, que não pôde resistir ai encanto de sua beleza e pediu-lhe roubasse o jogo de ikin (cascas de coco de dendezeiro) do ORISÁ ORUNMILÁ. Para assegurar seu empreendimento A ORISÁ OSUN partiu para a floresta em busca das Iyami Oshorongá, as perigosas feiticeiras africanas, a fim pedir também a elas que a ensinassem a ver o futuro. Como as Iyami desejavam provocar O VODUN ELEGBARÁ há tempos, não ensinaram A ORISÁ OSUN a ver o futuro, pois sabiam que O VODUN ELEGBARÁ já havia roubado os segredos do ORISÁ ORUNMILÁ, mas a fazer inúmeros feitiços em troca de que a cada um deles elas recebessem sua parte. Tendo ELEGBARÁ conseguido roubar os segredos de ORUNMILÁ, o ORISÁ da adivinhação se viu obrigado a partilhar com A ORISÁ OSUN os segredos do oráculo e lhe entregou os 16 búzios com que até hoje as mulheres jogam. A ORISÁ OSUN representa, assim a sabedoria e o poder feminino. Em agradecimento a AO VODUN ELEGBARÁ, A ORISÁ OSUN deu ao VODUN ELEGBARÁ a honra de ser o primeiro VODUN a ser louvado no jogo de búzios, e entrega a eles suas palavras para que as traga aos sacerdotes. Assim, A ORISÁ OSUN é também a força da vidência feminina. Mais tarde, A ORISÁ OSUN encontrou O ORISÁ ERINLÉ na mata e apaixonou-se por ele. A água dos rios e floresta tiveram então um filho, chamado Logun-Edé, a criança mais linda, inteligente e rica que já existiu. Apesar do seu amor por ERINLÉ, numa das longas ausências destes, A ORISÁ OSUN foi seduzida pela beleza, os presentes (A ORISÁ OSUN adora presentes) e o poder do ORISÁ SÀNGÓ, , irmão de ERINLÉ, rompendo sua união com o ORISÁ da floresta e da caça. Como ORISÁ SÀNGÓ não aceitasse LOGUN-eDÉ em seu palácio, A ORISÁ OSUN abandonou seu filho, usando como pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi vê-la banhar-se no rio. A ORISÁ OSUN pretendia abandoná-lo sozinho na floresta, mas o menino se esconde sob a saia da ORISÁ YNHANÇÃ  a ORISÁ  dos raios que estava por perto. A ORISÁ OSUN deu então seu filho a YNHANÇÃ e partiu com SÀNGÓ tornando-se, a partir de então, sua esposa predilecta e companheira quotidiana.
ITÃN DE OSUN
O ORISÁ OSALÁ, numa de suas caminhadas pelo mundo, iria passar pela NAÇÃO da A ORISÁ OSUN, onde pretendia parar e descansar.
O VODUN BARÁ, mensageiro dos ORISÁS, correu para avisar A ORISÁ OSUN que o grande ORISÁ FUN-FUN estava a caminho de sua cidade. Era preciso organizar uma grande recepção, pois a visita era muito importante para todos. Ela, então, apressou-se com os preparativos da festa, ordenando a limpeza de todas as casas e lugares públicos da aldeia, bem como que os enfeites utilizados fossem da cor branca. A ORISÁ OSUN cuidou pessoalmente da ornamentação e limpeza de seu palácio, pois tudo tinha que estar perfeito, à altura de DO OBÁ NLÁ FUN-FUN=(GRANDE REI DO PANO BRANCO.
Com tantos afazeres importantes, em tão curto espaço de tempo, A ORISÁ OSUN não se lembrou de convidar as Iya-mi osorongá=(minhas mães feiticeiras) para a grande festa.
As feiticeiras não perdoaram essa desfeita. Sentindo-se muito desprestigiadas, resolveram desmoralizar A ORISÁ OSUN perante os convidados.
No dia da chegada do GRANDE PAI OSALÁ à cidade, Oxorongá entrou disfarçada no palácio para colocar, no assento do trono da ORISÁ OSUN, um preparado mágico, que não fora notado
Por ninguém.
Toda a cidade estava impecavelmente limpa e ornamentada. O palácio da ORISÁ OSUN, que fora caprichosamente preparado, tinha seus móveis e utensílios cobertos por tecidos de uma alvura imaculada. Branca também seria a cor das roupas utilizadas na cerimônia.
O ORISÁ OSALÁ finalmente chegou, sendo respeitosamente reverenciado numa grande demonstração de fé e admiração ao grande mensageiro da paz.
A ORISÁ OSUN, sentada em seu trono, esperava com impaciência a entrada de OSALÁ em seu palácio, quando iria oferecer-lhe seu próprio assento. Mas, ao tentar levantar-se, percebeu que estava presa em sua cadeira e, por mais força que fizesse, não conseguia soltar-se. O esforço que empreendeu foi tão grande, que, mesmo ferida, conseguiu ficar em pé, mas uma poça de sangue havia manchado suas roupas e também sua cadeira.
Quando OSALÁ viu aquele sangue vermelho no trono em que se sentaria, ficou tão contrariado, que saiu imediatamente do recinto, sentindo-se muito ofendido.
A ORISÁ OSUN, envergonhada com o acontecido, não conseguia entender porque havia ficado presa em sua própria cadeira, uma vez que ela mesma tinha cuidado de todos os preparativos.
Escondendo-se de todos, foi consultar o oráculo de IFÁ para obter um conselho. O jogo, então, lhe revelou que Osorongá havia colocado feitiço em seu assento, por não ter sido convidada.
BARÁ, a pedido de OSUN, foi em busca do grande pai, para relatar-lhe o ocorrido.
OSALÁ retornou ao palácio, onde a grande mãe das águas estava sentada de cabeça baixa, muito constrangida. Quando ela o viu, começou a abanar seu abebe, transformando o sangue de suas roupas em penas vermelhas, que, ao voar, caíram sobre a cabeça de todos os que ali estavam, inclusive a de OSALÁ. Em reconhecimento ao esforço que ela empreendeu para homenageá-lo, ele aceitou aquela pena vermelha (ekodide), prostrando-se à sua frente, em sinal de agradecimento.
A partir de então, essa pena foi introduzida nos rituais de feitura.
ITÃN DE OSUN
Houve um tempo em que os ORISÁS masculinos se reuniam para discutir sobre a vida dos mortais e não deixavam as deusas participarem das decisões. Aborrecida com isso, A ORISÁ OSUN fez com que as mulheres ficassem estéreis e então tudo deu errado na terra. Os orixás foram consultar *OLORUN* e ele explicou que sem a presença da ORISÁ OSUN com seu poder sobre a maternidade, nada poderia dar certo. Os orisás, então, convidaram A ORISÁ OSUN para participar das reuniões: as mulheres voltaram a ser fecundas e todos os projetos dos orixás tiveram bom resultado.
ITÃN DE OSUN
Uma jovem muito pobre, conhecida pelo nome de Iyalode, era muito astuta e ambiciosa, o que a tornava perigosa.
Pretendendo melhorar sua situação, Iyalode foi consultar Ifá, na esperança de receber as orientações necessárias. No decorrer da consulta, surgiu o Odu Oshe Meji, que prescreveu um sacrifício que Iyalode tratou logo de oferecer.
No dia seguinte, quando passava pela porta do palácio do rei Oba Nla, a jovem foi acometida de uma fúria inexplicável e pôs-se, em altos brandos, a culpar o rei pela situação de miséria em que vivia.
"O rei é um perverso insensível." gritava a jovem, "tem o que deseja e por isso não se incomoda com a miséria de seus súditos!". As pessoas que passavam, ao ouvirem as acusações feitas pela jovem, tomaram partidos diferentes, alguns achando que ela estava coberta de razão, enquanto outros defendiam Oba Nla, por conhecerem sua bondade e senso de justiça.
Ao ser informado do que estava ocorrendo, o rei ordenou que a moça fosse imediatamente conduzida a sua presença, para um entendimento pessoal.
Frente a frente com o rei, Iyalode relatou suas desditas, chorou suas magoas e falou de seus sonhos de jovem. Impressionado com a coragem da moça e com a sinceridade que marcava o seu caráter, Oba Nla, mandou que lhe fosse dado um aposento no palácio, onde a partir de então, a jovem passou a residir cercada de todo o luxo e conforto que sempre desejou desfrutar, ficando desde então, encarregada de todo o ouro que pertence a Oba Nla.
ITÃN DE OSUN
A ORISÁ OSUN, filha de Oorum=sol com Aorum+lua, com sua sagacidade não media esforços para conquistar o que desejava. Valendo-se de sua sensualidade e astúcia, ludibriou ELEGBARÁ para ficar com seu ouro; foi capaz de enganar OBÁ, a fim de gozar exclusivamente do amor de SÀNGÓ.
Com seu maravilhoso coração sempre pronto a ajudar e agradar, ela não abandonou NÁNÃ que foi banida do reino, conquistou a simpatia de SAPANÃ, deu água a OSALÁ em seu leito quando este estava doente, presenteou YEWÁ com a gruta e auxiliou ERINLÉ, a criar LOGUN-eDÉ
Protetora dos fetos, recém-nascidos, ginecologista, obstectra, comunicadores, pessoas ligadas à beleza estética e todos os médiuns.
ITÃN DE OSUN
Diz o itãn quê  A ORISÁ OSUN era a mais bela e amada filha de OSALÁ. Dona de beleza e meiguice sem iguais, a todos seduzia pela graça e inteligência. A ORISÁ OSUN era também extremamente curiosa e apaixonada. E quando certa vez se apaixonou por um dos orixás, quis aprender com ORUNMILÁ, o melhor amigo de seu pai, a ver o futuro. Como o cargo de olwô (dono do segredo) não podia ser ocupado por uma mulher, ORUNMILÁ, já velho, recusou-se a ensinar o que sabia A ORISÁ OSUN.
OSUN então seduziu BARÁ, que não pôde resistir ai encanto de sua beleza e pediu-lhe roubasse o jogo de ikin (cascas de coco de dendezeiro) de ORUNMILÁ. Para assegurar seu empreendimento OSUN partiu para a floresta em busca das Iyami Osorongá, as perigosas feiticeiras africanas, a fim pedir também a elas que a ensinassem a ver o futuro. Como as Iyami desejavam provocar BARÁ há tempos, não ensinaram A ORISÁ OSUN a ver o futuro, pois sabiam que ELEGBARÁ já havia roubado os segredos de ORUNMILÁ, mas a fazer inúmeros feitiços em troca de que a cada um deles elas recebessem sua parte.
Tendo ELEGBARÁ conseguido roubar os segredos de ORUNMILÁ, o ORISÁ da adivinhação se viu obrigado a partilhar com A ORISÁ OSUN os segredos do oráculo e lhe entregou os 16 búzios com que até hoje as mulheres jogam. A ORISÁ OSUN representa, assim a sabedoria e o poder feminino.
Em agradecimento a BARÁ, A ORISÁ OSUN deu a ELEGBARÁ a honra de ser o primeiro VODUN a ser louvado no jogo de búzios, e entrega a eles suas palavras para que as traga aos sacerdotes. Assim, OSUN é também a força da vidência feminina.
Mais tarde, A ORISÁ OSUN encontrou O ORISÁ ERINLÉ na mata e apaixonou-se por ele. A água dos rios e floresta tiveram então um filho, chamado LOGUN-eDÉ, a criança mais linda, inteligente e rica que já existiu.
Apesar do seu amor por ERINLÉ, numa das longas ausências destes A ORISÁ OSUN foi seduzida pela beleza,  e os presentes (OSUN adora presentes) e o poder de SÀNGÓ, irmão de ERINLÉ, rompendo sua união com o um dos ORISÁS da floresta e da caça. Como SÀNGÓ não aceitasse LOGUN-eDÉ em seu palácio, OSUN abandonou seu filho, usando como pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi vê-la banhar-se no rio. A ORISÁ OSUN pretendia abandoná-lo sozinho na floresta, mas o menino se esconde sob a saia de YNHANÇÃ a ORISÁ dos raios que estava por perto. A ORISÁ OSUN deu então seu filho a YNHANÇA e partiu com Xangô tornando-se, a partir de então, sua esposa predileta e companheira quotidiana.
ITÃN DE OSUN E O OURO
A Grande Festa
De tempos em tempos, todas as tribos dos ORISÁS se reuniam, para fazer a troca de energia entre eles. O VODUN ELEGBARÁ, como era muito exibido, achou por bem levar sua última descoberta, para mostrá-la a todos.
ORISÁ ODÉ, o grande caçador, trouxe um grande animal de infinita beleza, para alimentar a todos, ofertou frutas e legumes em enormes OBERÓS=(alguidares).
ORISÁ ÒGÚN mostrou a todos a nova arma que forjara e logo tratou de abater o bicho trazido pelo caçador.
AS ORISÁS OBÁ E OSUN, que sempre colocavam à prova suas habilidades culinárias, ofereciam as mais diversas iguarias.
O VODUN SAPANÃ, com toda sua humildade, contou sobre as novas doenças que conheceu em suas últimas andanças. O VODUN OSSAYN, do meio da mata, ensinou sobre novas ervas de cura. Cada ORISÁ E VODUN tinha uma novidade para oferecer aos outros.
A certa altura da festa, o VODUN ELEGBARÁ tirou de seu asó=(roupa) um objeto que parecia ter luz própria e ergueu-o sobre sua cabeça, neste momento ÒGÚN E OSALÁ pararam de falar, ODÉ fez calar os atabaques, OYÁ, YEMANJÁ e OSUN pararam de dançar, SÀNGÓ, OBÁ e SAPANÃ deixaram de comer, NANÃ, OSUMARE e YEWÁ abandonaram suas tendas, todos deixaram o que estavam fazendo para admirarem o maravilhoso artefato.
Percebendo a estupefação de todos os ORISÁS, VODUNS e suas tribos frente a sua descoberta, O VODUN ELEGBARÁ encheu-se de satisfação e desfilou entre os presentes, para que todos pudessem ver de perto a esfera dourada, sem deixar ninguém tocá-la. A cada comentário, a cada sussurro de surpresa, ele girava num pé só e delirava, a energia que sentia em seu corpo podia fazê-lo levitar.
- Vejam - sussurravam alguns presentes – ELEGBARÁ pegou um pedaço do ORUN!
- Que objeto maravilhoso! Diziam os mais estupefatos - que provas teve ele que vencer para conseguir tal artefato?
Esses eram alguns dos comentários que corriam entre os mais entusiasmados. Como ele tinha os ouvidos apurados, gostou da idéia, viu nisto uma forma de aumentar sua glória. Frente aos ansiosos pedidos de lhes revelar o que ele havia feito para obter a esfera dourada ele disse com soberba.
- Cansado de explorar a Terra, que parece já não ter mistérios que alimentem minha ânsia do saber, descobri um modo de ir a outros lugares do universo (mentira), perambulando pelos astros passei pelo ORUN, de onde tive a idéia de tirar este pedaço do astro rei, para provar a minha bravura.
Depois do instante de silêncio que sucedeu à narrativa, um alarido tomou conta do lugar, enquanto uns duvidavam da sua história, outros se entregavam à sua inigualável intrepidez, fazendo-lhe os mais diversos elogios.
A ORISÁ OSUN, filha de ORUN e a mais bela YÁBÁ de toda Terra, sentiu suas pernas tremerem e sua boca secar, dirigindo-se para sua tenda, pensou consigo: "Ah! Como meu querido pai pôde consentir que este esnobe o visitasse, sendo que eu, sua querida filha, nunca pude sequer fitá-lo daqui? Como este convencido se atreve a pegar um pedaço de meu pai?" Durante um bom tempo ela permaneceu calada, sua ira confundia-se com sua tristeza. Quando sua mente parou de pensar por um instante na audácia de ELEGBARÁ, ela atinou um plano: decidiu ter o objeto que acreditava ser um pedaço de ouro do sol do ORUN, fazendo-se valer de sua beleza para seduzir o presunçoso rufião.
A SEDUÇÃO DE OSUN
A bela YÁBÁ, sabendo do profundo amor que o fanfarrão tinha por ela (o mesmo fizera questão de espalhar pelos quatro cantos do mundo, dizendo que ela um dia seria dele), foi com suas mucamas para da tenda de ELEGBARÁ, ofertando-lhe um vinho, cuja safra deixava inveja ao néctar dos ORISÁS. Ele não escondeu a surpresa e a satisfação de ter sua amada procurando sua companhia, de um salto ordenou aos convivas que se afastassem, alegando ter que dar atenção à YÁBÁ. Convidou-a educadamente a dividir seu aconchego, oferecendo uma deliciosa carne provinda da caça de ODÉ. Deixando-se levar por seus prazeres, ELEGBARÁ entregou-se totalmente aos encantos de A ORISÁ OSUN, sem tirar nenhum momento os olhos da bela YÁBÁ, cujas madeixas eram enfeitadas com flores amarelas. Para agrada-la ainda mais, pediu a seus serviçais que enfeitassem sua tenda com tecidos amarelos que eram a cor preferida dela.
A ORISÁ OSUN dócil e sensual, apesar de ter várias mucamas, tomava para si a tarefa de colocar uvas e os nacos de carne mal passada na boca do rufião, que a cada mastigada gemia de prazer, que com certeza não eram simplesmente pelo maravilhoso gosto do alimento. De quando em quando ele jogava-se no colo dela com a boca aberta, apontando para a quartinha de vinho, fingindo uma incontrolável impotência. Ela, por sua vez, graciosamente pegava e virava o recipiente com tal precisão que nenhuma gota caía. Depois de saborear o gole de tão sagrado líquido, uivava feito um animal no cio, chacoalhando os braços e a cabeça, deixando o suor do seu corpo espalhar-se pelo aposento, às vezes chegava a levantar-se e saltar, deixando-se levar pelo ímpeto do êxtase. Nesta ora bastava a YÁBÁ tocar-lhe docilmente, para amansá-lo e fazer com que deitasse de novo ao seu lado. Difícil saber qual prazer era maior: por um lado ELEGBARÁ  gozava o prazer de ter a seu lado uma YÁBÁ, cuja beleza encantava a qualquer ser, e ele nunca pôde chegar tão perto dela, mal podia acreditar no que acontecia, por outro lado A ORISÁ OSUN deleitava-se ao ter sob seu domínio tão viril e indomável rufião, cuja sagacidade e disposição todos invejavam.
Depois de muito beber, ele se entregou por inteiro aos encantos da YÁBÁ, que, com toda sua infinita sedução, tentava convencê-lo a mostrar-lhe a caverna onde ele habitava. Entorpecido pelo vinho e pela beleza dela, concordou em revelar esse grande segredo.
Depois da festa ELEGBARÁ dispensou os serviçais e saiu pela mata carregando A ORISÁ OSUN nos braços, fazendo cumprir o que prometera. O caminho era longo e, mesmo sob os afagos infalíveis dela, ele ia pensando no que estava preste a fazer, se valeria à pena ou não. Chegando perto de sua gruta, ELEGBARÁ deu ouvido à sua intuição e fez um encanto, colocando a YÁBÁ para dormir, para ela não saber onde era a entrada de sua morada, assim não haveria arrependimento de forma alguma.
OSUN ENTRA NA GRUTA DE ELEGBARÁ
A ORISÁ OSUN acordou num lugar iluminado por labaredas que saiam de fendas no chão, estava deitada sobre macias peles de animais que não dava para precisar quais eram. Sobre sua cabeça havia centenas de estalactites no teto da ampla caverna, cuja cor estava perto do laranja ou vermelho, dependendo da oscilação das chamas. Quando se levantou, observou que aos pés dos aposentos uma cesta repleta de mamões, seus frutos prediletos. Num giro pelo lugar pôde ver a amplitude da caverna que era repleta de aberturas laterais, eram como portas que poderiam dar em qualquer lugar.
Indignada começou a rodar em volta de si e gritar desesperada:
- BARÁ, BARÁ, onde está você? Por que me abandonou aqui?
Sua voz ecoava pela caverna fazendo parecer que havia muitas pessoas lá arremedando sua voz, isto irritava fazendo com que ela colocasse as mãos aos ouvidos e ajoelhar-se no chão. Depois de muito choro e lamentos, decidiu calar-se. Quando se levantou para arriscar entrar em uma das aberturas da caverna, ouviu um barulho que parecia ser de alguém que chegava.
De uma das aberturas atrás dela surgiu sorridente ELEGBARÁ, perguntando docilmente:
- Oh! Minha amada, já acordou? Desculpe-me a ausência, precisei retirar-me por um instante apenas para guardar o meu pedaço de ouro do sol do ORUN.
- Você não cumpriu o combinado! Trazia-me no colo e, de repente, acordei aqui sozinha, sem nem saber como aqui cheguei! Disse ela furiosa.
- Nada posso fazer, se no meio do caminho você adormeceu. Mas não vejo onde não cumpri o combinado, já que você agora conhece minha caverna. Não se alegra ao saber que é a única a conhecê-la? Disse ele astutamente deitando-se sobre as peles.
Vendo a possibilidade de seu plano ir por água abaixo, ela se jogou ao chão e começou a chorar.
Comovido pelos soluços da YÁBÁ, ele chegou perto e lhe acariciou os cabelos, tirando deles as pétalas das flores soltas. Percebendo a comoção dele, ela chorava mais e mais.
- Não é necessário tal pranto, o que fiz eu de errado? Perguntou ELGBARÁ pacientemente.
- Nada - disse ela, enxugando as lágrimas do rosto com as mãos - eu que sou uma tola. Como posso estar aqui aos prantos na presença de tão viril e belo VODUN?
- Então por que chora? Disse ele totalmente embebido em sua vaidade.
- É que eu gostaria de tocar o pedaço do Sol, uma vez que é parte dos meus pais, que há muito me deixaram em nome de iluminar o mundo em que vivo. Sinto que isto me faria matar um pouco da saudade que sinto deles.
- Sinto seu pesar, mas acredito que tal objeto só aumentará a falta que sente! Disse ELEGBARÁ, procurando esquivar-se.
- Engano seu, eu sei que será bom para mim! Ela insistiu.
- Bom! Então eu vou buscar! Concluiu virando-se em direção à abertura de onde saíra há pouco.
- Não! Espere! Eu não vou ficar aqui só de novo! Falou, correndo atrás do rufião.
- Lamento, mas não poderá ir até minha gruta secreta! ELEGBARÁ mostrou-se arredio.
- Por que não quer que eu vá até sua câmara secreta, se nem sequer sei chegar até aqui.
ELEGBARÁ pensou por um momento e caiu diante do argumento da YÁBÁ, concordando que ela não oferecia perigo nenhum.
Os dois iam pelas grutas, enquanto ELEGBARÁ, esperto, entrava em várias aberturas, procurando deixá-la desnorteada. A ORISÁ OSUN, usando de toda sua sagacidade, foi jogando pelo caminho as pétalas das flores que estavam em suas melenas, com o máximo cuidado, para ele não perceber.
Quando chegou à câmara secreta de ELEGBARÁ, ela ficou maravilhada, ao ver tantos pertences valiosos, e não economizou elogios ao rufião, que parecia desmanchar-se a cada palavra. Ele se abaixou e pegou a bola brilhante e entregou nas mãos dela. Uma sensação esquisita tomou conta da YÁBÁ, tal objeto mostrou que exercia uma imensa força sobre seu ser, um forte desejo de ter o pedaço de a qualquer custo, seus olhos brilhavam e espelhavam os pensamentos maléficos que passavam pela sua mente, fazendo com que tirasse os pés do chão por um instante, várias ideias sem nexo boiavam na sua cabeça, o brilho da esfera fazia sua cabeça girar, girar...
- OSUN ! OSUN! Este é o presente que ganhei de IFÁ, o jogo de búzios - disse ELEGBARÁ entregando a ela as conchas.
As palavras dele trouxeram-na de novo a realidade, ela, como se tivesse acordado de um sonho, entregou-lhe a bola com uma imensa dor e pegou o jogo.
- Veja! É através deste jogo que fico sabendo presente, passado e futuro...
- Maravilhoso! Disse ela, pegando as conchas e comprimindo-as ao corpo como se quisesse que elas atravessassem sua pele, num estado hipnótico. Chegou a pensar em IFÁ, seu tio, com ressentimento.
Enquanto ELEGBARÁ mostrava seus tesouros, ela não parava de pensar em como adquirir a bola dourada, às vezes soltava um elogio furtivo, tentando disfarçar seu intento.
Depois de saciada a curiosidade dela, ele a levou para os seus aposentos, para eles se deleitarem. Sem esquecer seu plano, a bela YÁBÁ entregou-se a um grande momento de amor, fazendo o rufião suar, uivar e gastar sua energia, falando falsas palavras de amor eterno com as quais ele delirava. Depois de muito tempo, o grande vigor dele caiu por terra, ela o levara à exaustão, fazendo-o cair em sono profundo.
Quando teve a certa de ele não levantaria, ela, seguindo as pétalas pelo chão, correu para o esconderijo na intenção de resgatar o objeto que, para ela, pertenciam-lhe por direito. Chegando à câmara secreta ela se abaixou para pegar a esfera, viu os búzios e decidiu levá-los também. Rapidamente ela pegou um pedaço de seu asó, fez uma trouxa onde ocultou os objectos e silenciosamente voltou para os aposentos. Na ânsia de obter o que queria, ela se esqueceu de como faria para sair dali, olhava para as aberturas na caverna e começou a sentir-se tonta. De repente prestou a atenção nas labaredas que saiam do chão e constatou que de uma das aberturas sobrava um vento quase imperceptível. Usando toda sua intuição, foi seguindo a brisa pelas aberturas da caverna.
Ao despertar todo amoroso, ele procurou A ORISÁ OSUN pelos seus aposentos na intenção de elogiá-la pela grande noite de amor. Quando descobriu que ela não estava, ele correu para a sua câmara secreta, lá deu falta de seus bens preciosos. Cuspindo fogo por toda caverna, ELEGBARÁ decidiu vingar-se. Foi correndo e vociferando pela gruta em direção à saída.
A ORISÁ OSUN já estava quase saindo, quando ouviu o eco dos berros de ELEGBARÁ. Procurando preservar-se, ela correu sem olhar para trás. Ele saiu da caverna emanando fogo para todos os lados, fazendo a floresta arder em fogo. Quando avistou um rio, ela mergulhou em suas águas, para fugir das chamas.
A BUSCA DO VODUN ELEGBARÁ
A ORISÁ OSUN, sabendo que O VODUN ELEGBARÁ não descansaria enquanto não a encontrasse, saiu espalhando, pelas tribos por onde passava, que resgatara os bens valiosos que lhe foram roubados e que ele havia mentido quando disse a todos que eram suas descobertas. Por conta das peripécias dele e sua grande capacidade de inventar histórias, todos tenderam a acreditar na YÁBÁ, dando-lhe cobertura na fuga, mas sem lhe dar guarida, por temerem perder a simpatia dele.
Diante da dificuldade em se esconder, ela decidiu pedir abrigo ao ORISÁ ODÉ, seu grande amor(UM DE SEUS GRANDES AMORES). Depois de ouvir a versão dela, ele decidiu abrigá-la em sua mata. O caçador tinha ciência de que o sagaz cafião não a incomodaria, enquanto estivesse por perto, mas sabia que, quando fosse caçar, nada deteria o furioso VODUN, assim aconselhou A ORISÁ OSUN a procurar A GRANDE MÃE A ORISÁ YEMANJÁ, cujo reino ficava no fundo do mar.
Depois de uma longa busca, O VODUN ELEGBARÁ ficou sabendo onde a ORISÁ da beleza estava escondida. Inconformado ele foi ao reino de sua mãe, com a certeza de que ela o ouviria a ponto de fazer A ORISÁ OSUN devolver-lhe seus bens preciosos.
Ele foi bem recebido, mas A ORISÁ YEMANJÁ À YÁ NLÁ=(A GRANDE MÃE) parecia ressabiada com a presença dele.
- Minha mãe! Disse ele com reverência.
- Meu filho! O que o traz por estes lados? Indagou tentando disfarçar. - Minha mãe deve saber o motivo de minha inusitada visita, já que não costumo vir a seu belo reino. ELEGBARÁ ironizou.
- Bom! Já deveria saber que não viria aqui simplesmente para me ver.
- Já sei que A ORISÁ OSUN deve ter contado sua versão, fiquei sabendo em algumas tribos por onde passei. Espero que pelo menos a senhora minha mãe acredite na minha versão - falou curvando-se em respeito à benevolente YÁBÁ ORISÁ YEMANJÁ,
- Como posso acreditar em suas histórias, sendo que já mentiu tanto para todos. Quem pode me assegurar que conta a verdade agora? Desafiou A ORISÁ YEMANJÁ.
- Como pode preterir seu próprio filho, para proteger uma YÁBÁ tão perversa!
Ele levantou, soltando chispas pelos olhos, fincou o pé no chão, levantou seu tridente e continuou furioso.
- Minha mãe pode escondê-la por enquanto, mas não sossegarei enquanto não obtiver o que por direito me pertence!
Ele virou-se de costas para A ORISÁ YEMANJÁ, mostrando indignação e desrespeito, e saiu rapidamente, deixando suas pegadas ardendo em fogo no caminho que tomou para sair do reino.
À medida que andava, O VODUN ELEGBARÁ sentia a fúria transformar-se em consternação: como sua mãe escolheu proteger A ORISÁ OSUN que o roubara?
OS ORISÁS OSALÁ E SÀNGÓO vinham conversando animados pelo caminho, andavam em direção ao reino da ORISA YEMANJÁ. Falavam sobre a evolução dos reinos, as guerras e as doenças. Às vezes riam, às vezes calavam-se, buscando levantar novos assuntos para deliberarem. Foi num intervalo destes que O ORISÁ SÀNGÓ avistou mais à frente alguém caminhando cabisbaixo.
- Olhe meu ‘pai’, aquele não é O VODUN ELEGBARÁ? Perguntou O ORISÁ SÀNGÓ, apontando na direção do rufião.
- Sim! Mas o que aconteceu para estar tão absorto? Indagou O ORISÁ OSALÁ.
O VODUN ELEGBARÁ  nunca foi visto daquele jeito, sempre aparecia animado, sorridente e sempre atento, prestes a pregar a peça em alguém. Tal comportamento despertava o interesse de qualquer um que o visse.
- O que aconteceu com você, meu filho? Indagou O ORISÁ OSALÁ, ao chegar perto do VODUN ELEGBARÁ - Parece que é algo muito grave!
O tristonho contou-lhes o que sucedera: a conduta da ORISÁ OSUN e o desprezo de sua mãe A ORISÁ YEMANJÁ QUÊ TANTO O AMAVA.
Frente à atitude de sua amada, A ORISÁ YEMANJÁ, O ORISÁ OSALÁ começou a desconfiar dele, devido seus antecedentes, já que tanto ele quanto O ORISÁ SÀNGÓ não sabiam do ocorrido. Frente ao relato, ele disse em tom punitivo, apoiando-se em seu cajado:
- Vejo que você não tem jeito! Sempre arrumando confusão! Ordeno...
- Espere, meu ‘pai’! Atalhou O ORISÁ SÀNGÓ - acredito que, antes de condená-lo, deveríamos ouvir A ORISÁ OSUN, para sabermos o que realmente aconteceu.
Diante do conselho de tão justo do ORISÁ SÀNGÓ, O ORISÁ OSALÁ pensou e decidiu ouvir a versão da ORISÁ OSUN.
Os três dirigiram-se para o reino da ORISÁ YEMANJÁ rapidamente, OSALÁ ouvia os conselhos de SÀNGÓ, enquanto ELEGBARÁ não dizia uma palavra.
O ‘senhor do fogo’ não quis entrar no reino, seguiram então OSALÁ e SÀNGÓ, ansiosos para encontrarem A ORISÁ OSUN.
Uma vez no reino de YEMANJÁ, OSALÁ pediu que a bela YABÁ viesse a sua presença, para relatar-lhes o acontecido. Ela então veio e contou sua versão, chorando e soluçando. Quando o supremo tendia a acreditar na história dela, SÀNGÓ interviu, dizendo que seria necessário colocar os dois frente a frente, para apurar quem dizia a verdade.
A ORISÁ OSUN mostrou-se resistente perante a ideia, temendo ser desmascarada, alegou estar com medo da fúria de ELEGBARÁ. Sentindo que algo de errado havia na recusa, OSALÁ prometeu que nada lhe aconteceria e convocou todos os ORISÁS E VODUNS para um conselho.
ITÃN O Julgamento de OSALÁ
Ao contrário das festas, apenas os orisás    e voduns estavam presentes no conselho. A VODUN NANÃ BOROKÊ, esteve presente. Ela recusava-se a chegar perto dos rufiões e, se pudesse opinar, certamente condenaria O VODUN ELEGBARÁ, além de odiar qualquer ser masculino, adorava A ORISÁ OSUN, a única que foi visitá-la e presenteá-la após ter sido banida do reino pelo ORISÁ OSALÁ.
O VODUN OSSAIN, embora não sendo visto por ninguém, fazia-se presente, de quando em quando assobiava e ria. Muitas versões corriam entre todos, muitas delas já haviam sofrido os efeitos do boca-a-boca transformando-se nas mais absurdas histórias.
O ORISÁ SÀNGÓ prostrou-se ao lado do ORISÁ OSALÁ, enquanto O VODUN ELEGBARÁ e A ORISÁ OSUN ficaram em pé frente a frente no centro do conselho. Os olhos de fogo soltavam chispas, enquanto os olhos d’água dela lacrimejavam.
- Com o poder que me foi concedido por *OLORUN*, o criador, convoquei a todos, para presenciarem este julgamento. Espero que todos tomem por conhecimento o que virem e ouvirem hoje! Falou O ORISÁ OSALÁ com eloqüência. Sob os olhos dele, O ORISÁ SÀNGÓ conduziu o julgamento. Pediu ao VODUN ELEGBARÁ e A ORISÁ OSUN que contassem suas versões. Depois chamou IFÁ para esclarecer sobre os búzios.
Com o coração partido, já que tinha que desmentir a versão de sua sobrinha e filha de criação, contou a todos como e porque deu o jogo ao crufião. À medida que IFÁ relatava, O VODUN ELEGBARÁ enchia-se de razão e A ORISÁ OSUN ia curvando-se sobre si.
- IFÁ ! Disse O ORISÁ OSALÁ: acredito que não agiu certo dando tão poderoso jogo a um só ORISÁ!
- Sim, ORISÁ OSALÁ ! Eu concordo. Para corrigir isto - disse IFÁ, pegando os búzios e jogando-os para o céu - determino que a partir de agora cada búzio representará um orisá no jogo. E como a princípio eu o dei ao  VODUN ELEGBARÁ=(BARÁ), todos que forem consultar este jogo deverão pedir permissão a ele.
Para esclarecer sobre a esfera, ODUDUÁ fez-se presente.
- Venho falar em verdade, pois presenciei o fato. O VODUN ELEGBARÁ, preso em sua ambição, retirou esta bola brilhante de uma aldeia, que ruiu pela falta de tal artefato e, mesmo tendo sido alertado do que poderia acontecer, nem sequer se abalou.
Após o relato da ‘mãe natureza’ houve um burburinho entre os presentes, O VODUN ELEGBARÁ abaixou a cabeça e cerrou os punhos. O ORISÁ SÀNGÓ sentou-se e O ORISÁ OSALÁ levantou-se dizendo: - Visto os fatos, concluo que: tanto um quanto outro erraram: por um lado A ORISÁ OSUN roubou artefactos que pertenciam a um outro VODUN, por outro lado,O VODUN ELEGBARÁ mentiu, dizendo ter tirado um pedaço de ORUN, mas de fato dizimou uma aldeia para pegar um pedaço de ouro em forma esférica. Diante dos fatos eu decido que a esfera dourada não ficará com nenhum dos dois, mas pertencerá a ambos: o metal ficará incrustado nas rochas, aprisionando a ganância DO VODUN ELEGBARÁ, mas para ser tirado, precisará ser garimpado nas águas, para lavar a inveja DA ORISÁ OSUN.
Enquanto a YÁBÁ chorava, O VODUN ELEGBARÁ falou irado.
- Acato o veredito - virando-se para A ORISÁ OSUN, praguejou - já que fui enganado e julgado por conta deste metal, todo aquele que tiver contacto com ele, assim como você, mostrará seus demonios, sendo tomado pela nossa ambição presa nele.
Ao sair do conselho, O VODUN ELEGBARÁ  irado jurou para si que sempre perseguiria tanto A ORISÁ OSUN quanto qualquer um que vivesse sob sua proteção (daí nasceram os epurins, filhos(as) da ORISÁ OSUN perseguidos pelo VODUN ELEGBARÁ), e, como vingança, inseriu sementes negras nos frutos predilectos dela, os mamões, para que, quando ela fosse comer, sentisse sua presença e se lembrasse do mal que lhe fez.
ITAN DE ÒSÚN IYOMI
A ORISÁ OSUN era rainha de um grande território, o qual foi invadido pelo iyomi que venceram a luta apoderando-se do território e de toda a fortuna da ORISÁ OSUN.
A ORISÁ OSUN, para não ser prisioneira, fugiu em meio à escuridão nocturna tomando uma jangada, tendo feito antes uma calorosa oração ao seu *Deus* Supremo, *OLORUN*. Imediatamente, veio-lhe a inspiração de mandar seus súditos prepararem alguns abarás e deixa-los às margens do rio.
Ocorre, entretanto que seus perseguidores, ao chegarem às margens do rio, encontraram os abarás e como estavam famintos, sentaram-se para comê-los, caindo após o repasto sem vida no chão.
Com isso A ORISÁ OSUN pôde voltar ao seu território, sendo então chamada de OSUN Iyomi.
ITÃN DE OSUN
Conta-se, que A ORISÁ OSUN era apetebi de ORUNMILÁ, o poderoso ORISÁ adivinho, que tantas coisas prediz; todas as pessoas que vinham consultar ORUNMILÁ pediam a A ORISÁ OSUN para que lhe tirasse a sorte. Um dia A ORISÁ OSUN, chorosa, queixou-se a ORUNMILÁ que estava triste por não saber jogar. Suplicou-lhe que lhe ensinasse aquela arte.
ORUNMILA atendeu e deu-lhe dezasseis coquinhos de nozes, preparando-os e pedindo ao ORISÁ  ESÚ, que respondesse às perguntas feitas pela A ORISÁ OSUN. O ORISÁ ESÚ atendeu, porém de má vontade por não ter gostado de ver A ORISÁ OSUN adivinhando. Esta é a razão pela qual as filhas da ORISÁ OSUN são perseguidas pelo ORISÁ ESÚ.
ITÃN DE OSUN
Segundo outro Alo, A ORISÁ OSUN era a dona do ouro e resolveu, para conseguir jogar, trocar com O VODUN ELEGBARÁ sua riqueza, que lhe cedeu 8 dos seus búzios através dos quais A ORISÁ OSUN fala no jogo.
ITÃN DE OSUN
Conta os itãns que, em um tempo imemorial, o rei ORISÁ SÀNGÓ, orisá escolhido pelo ORISÁ OSALÁ para governar a terra e os outros ORISÁS, tinha diversas esposas. As duas mais importantes eram A ORISÁ YNHANÇÃ, a Senhora das Tempestades, e A ORISÁ OSUN, cujo domínio se estendia pelos rios, lagos e cachoeiras.
Certo dia, enciumada da preferência do ORISÁ SÀNGÓ pela sua adversária; A ORISÁ YNHANÇÃ decidiu vingar-se da   ORISÁ OSUN, e em um raio intempestivo de cólera, investiu contra a mãe das águas doces, quando esta se banhava nua às margens de um grande lago, tendo apenas um espelho entre as mãos. Devido ao fato de ser uma guerreira, mas porém uma mulher dócil e vaidosa, afeita apenas aos expedientes da Sedução e da Dissimulação para se defender; A ORISÁ OSUN viu-se completamente indefesa frente à ira arrebatadora da Rainha dos Raios. A ORISÁ OSUN, então, rezou ao ORISÁ OSALÁ, e em um instante mágico, percebeu que o Sol brilhava forte nas costas de sua agressora. Rapidamente, ela utilizou seu espelho para reflectir os raios solares de forma a cegar  A ORISÁ YNHANÇÃ.
Ao saber da vitória da ORISÁ OSUN, o rei ORISÁ SÀNGÓ reafirmou sua preferência pela Senhora das Águas, que além de mais bela e delicada, provou ser também mais poderosa que a Senhora das Tempestades.
ITÃN DE OSUN QUE SE TRNSFORMA NO  pombo Adabá
A ORISÁ OSUN era filha de Orunmilá. Um dia casou-se com O ORISÁ SÀNGÓ, indo viver em seu palácio. Logo O ORISÁ SÀNGÓ percebeu o desinteresse da A ORISÁ OSUN pelos afazeres domésticos, pois a rainha vivia preocupada com suas jóias e caprichos.
Aborrecido, O ORISÁ SÀNGÓ mandou prendê-la numa torre, sentindo-se livre novamente. O VODUN ELEGBARÁ, vendo a situação da ORISÁ OSUN, correu a contar ao ORISÁ ORUNMILÁ que, fazendo deste seu mensageiro, entregou-lhe um pó mágico que deveria ser soprado sobre A ORISÁ OSUN.
O VODUN ELEGBARÁ, que se transforma no que quer, chegou ao alto da torre e soprou o pó sobre A ORISÁ OSUN que, no mesmo instante, transformou-se num lindo pombo dourado chamado Adabá, ganhando assim a liberdade e voltando à casa paterna
OBS:  A ORISÁ OSUN É UMA ORISÁ EXTREMAMENTE SINGULAR VAI DO
AMOR A IRÁ, DA PAIXÃO A VINGANÇA, DA PROTEÇÃO AO DESPREZO, DE SER COQUETE Á SE TORNAR NO ORISÁ MAIS MEIGO E CARINHOSO QUE EXISTE, MÁS ACIMA DE TUDO É AMIGA COMPANHEIRA E DÁ AMOR CARINHO E PROTEÇÃO AOS QUE PRECISAM, ENFIM É A MÃEZONA
DE QUÊ TODOS PRECISAMOS.

QUERIDOS IRMÃOS NOVAMENTE ESPERO COM TODO O MEU CORAÇÃO TER SIDO UTIL A TODOS AO EXPLANAR SOBRE ESTÁ ORISÁ TÃO EXPLENDIDAMENTE MARAVILHÓSA QUÊ É NOSSA RICA MÃE A ORISÁ OSUN.
MUITO ASÉ !!!
KOLOFÉ OLORUN À TODOS.
*OLORUN* MODUPÉ !!!

BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ OBÁ OMÍ D’ YEMANJÁ.