quarta-feira, 25 de julho de 2012


OSALÁ O GRANDE PAI

O SENHOR DO EQUILIBRIO

NO BATUQUÊ= NAÇÕES CULTUADAS NO RIO GRANDE DO SUL: KABINDA-OYÓ-JEJÊ-IJESÁ- NAGÔ-CONGÔ

ANTES DE COMEÇAR A FALAR SOBRE A MARAVILHA QUE É O ORÍSÁ OSALÁ, GOSTARIA DE ESCLARECER QUE TODAS AS RELIGIÕES AFRICANAS TANTO NO BRASIL QUANTO NA PRÓPIA AFRICA SÃO MONOTEÍSTAS OU SEJA: ACREDITAM EM UM UNICO *DEUS* QUE NA LINGUA YORUBÁ CHAMA-SE *OLODUMARÊ* OU *OLORUN* COMO EM TODAS AS LINGUAS *DEUS TEM NOME DIFERENTE, PORTANTO *DEUS* É UNICO E ORÍSÁ NÃO É *DEUS*, infelizmente tanto a mídia quanto alguns pais e mães d’ santo referen-se aos orísás como deuses, o que eles não são, e sim a palavra orísá já diz tudo orísá = guardiaõ da cabeça (do orí), por favor peço aos pais e mães d’ santo que divulguem isso para que não sejamos tratados como barbaros que cultuam a vários deuses.

                           ORÍSÁ OSALÁ
ORISÁ OSALÁ Pai de todos os Orisás e dos seres humanos, ORISÁ OSALÁ é o mais respeitado Orisá nas Nações africanas, a paz e a harmonia espiritual são as características deste que é o Criador do homen à mando de *OLORUN* = *DEUS*

Quando moço, se manifesta em seus eleguns=(mediuns masculinos = CAVALO DE SANTO) e em suas yawos=(mediuns femininos) dançando como os outros Orisás, quando se apresenta em suas qualidades mais velhas, em algumas ele chega quase se arrastando, caminhando com dificuldade, muitas vezes fica parado no lugar esperando o auxílio de algum outro Orisá.

Saudação: EPAÔ BABÁ!!!,

SEWE BABÁ !!! = (XÊUÊ BABÁ).

SEWEPA BABÁ !!! = (XÊUÊPA BABÁ).

EPÁ EPÁ BABÁ !!.

Dia da Semana: Domingo: para os osalás mais velhos como OSALÁ JOBOKUN e também para babá ORUNMILÁ e quarta-feira para, , os osalás novos como: OSALÁ DAKUN, OSALÁ BOKUN, OSALÁ OLOKUN E OUTROS.

Número: 8, 16, 32 e seus múltiplos.

Cor: Branco.

Comida principal: ebô= canjica branca e merengue E INHAME COZIDO E PILADO.

IGBA E FERRAMENTAS: sopeira de luça com 8 pratos, e bacia de louça, 1 issabá = quartinha de barro pintada de branco, 8 búzios, 8 moédas, sol, cajado simples, e opasoro, triangulo, jóias em prata, brilhante e ouro branco, estanho, espada, escudo, e mão de pilão.

Juntós para osalá: osalá bokun com osun pandá ou yemanjá bossí, osalá dakun com yemanjá bossí, e osalá olokun com yemanjá bossí e as vezes com osun pandá, , Osalá Jobokum com Osum Dokô ou yemanjá olobomí,

ANIMAIS para OSALÁ: Igbin=ebí (considerado o boi de osalá),casal de coelhos brancos, cabrita branca, galinha branca, casal de patos, casal de pombos e casal angolistas=(angóla branca=etun)

Qualidades: e sincretismo com kandomblé.

  • Oxalá Obocum: confundido com Oxaguiãn.
  • Oxalá Oxaguiãn: Filho de Oxalufan, comedor de Inhame.
  • Oxalá Jobocum: Oxalá Oxalufan.
  • Oxalá Olocum: Dono dos oceanos.
  • Oxalá Dacum: Bàbá Danko, um Ajagunã.

 O ORISÁ OSALÁ é o ORISÁ associado à criação do mundo e da espécie humana. Apresentam-se de VARIAS maneiras=(QUALIDADES= PASSAGENS DE SUA VIDA, DA MAIS TENRRA IDADE ATÉ A IDADE MAIS AVANÇADA NA QUAL TODOS SÃO QUALIFICADOS DE DADÁ= MUITO VÉLHO) é representado material e imaterialmente pelo assentamento sagrado denominado IGBÁ OSALÁ= (ACENTAMENTO DE OSALÁ= VASILHA DE OSALÁ.

Os símbolos dos primeiros (OSALÁS MOÇOS) são uma idá (espada), "mão de pilão" e um escudo; o símbolo doS segundoS = (OSALÁS VELHOS) é uma espécie de cajado em metal, chamado opasorô que é uma especie de representação e sustentação do mundo.

A cor do ORISÁ OSALÁ é o branco. O dia consagrado para OS OSALÁS OLOKUN, DAKUN E BOKUN é a quarta-feira.

E para os OSALÁS mais vélhos como jobokun por exemplo é o domingo.

Sua saudação é ÈPAO BÀBÁ! ÈPA ÈPA BABÁ! SÈWE È BABÁ!.

O ORISÁ OSALÁ é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os ORISÁS do IRUN-IMOLÉ = (panteão africano = erúmalé). Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os Orixás e todas as nações. (MÁS NÃO SE ENGANEM POIS OSALÁ É GUERREIRO TAMBÉM QUANDO HÀ NECESSIDADE, POREM SEMPRE ÓPTA PELA PAZ)

O ORISÁ OSALÁ é o ORISÁ QUÊ TUDO VÊ.
Òrìsànlá ou Obàtálá na África, "O Grande Òrìsà" ou "O Rei do Pano Branco", nos itãns yorubás é o criador do mundo (à mando de *OLORUN = *DEUS*), dos homens, animais e plantas. Foi o primeiro Orisá criado por Olodumare = Olorun = *DEUS* e é considerado o maior de todos os Orisás.

É o mais velho dos Òrìsás, o rei de vestes brancas, raiz de todos os outros Òòsààlà.

OSALÁ = Obàtálá sua palavra transforma-se, imediatamente, em realidade.

Representa a massa de ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo, controla a formação de novos seres, é o senhor dos vivos e dos mortos, preside o nascimento, a iniciação e a morte. É o reponsável pelos defeitos físicos, e é corcunda porque recusou-se a fazer uma oferenda de sal numa cabaça e Èsù castigou-o pregando a cabaça nas costas, razão pela qual não come sal: comer sal para êle constitui um ato de alto canibalismo. Ele deu a palavra ao homem e durante suas festas não se fala, durante três semanas tudo é silêncio, pois a palavra é dele.

AFRICA:  Os Òrìsà Funfun = orísás brancos

Òrìsàála, Òrìsà-nla, Òsàla, ou Òbàtálá : O primeiro Òrìsà a ser criado por Olódùmarè *OLORUN* = *DEUS*.

Os "Òrìsà Funfun" são aqueles que vieram com OSALÁ =  Òbàtálá = (REI DO PANO BRANCO), seu líder, para Àiyé = terra, ou posteriormente, aderiram ao grupo ou a ele. Praticamente são considerados como um clã ou sua "própria família". OSALÁ se tornou o mais conhecido e reverenciado de todos os Òrìsà, por toda terra dos Yorubas e por extenção em todo o mundo, muitos dos orisás funfun não são osalás e sim orisás adeptos do branco que se juntarão ao clã de osalá e por isso confundidos com OSALÁ.

 Alguns dos Òrìsà Funfun* :

QUE SÃO OSALÁ:

      OSALÁ: JOBOKUN    

OSALÁ: BOKUN

OSALÁ; DAKUN

OSALÁ: OLOKUN

OSALÁS: ELEFAN, NIFAN, DADÁ, ERIFAN, ETC...,seu prncipal templo fica em Ìgbò e o restante de seus templos são espalhados pela áfrica.

OS ORISÁS DESCRITOS ABAICHO SÃO SOMENTE ORISÁS DO CLÃ DE OSALÁ E NÃO O PRÓPRIO, POREM TODOS SÓ USAM BRANCO E TEEM AS MESMAS RESTRIÇÕES DE OSALÁ.



Òrìsà babá Òrúnmìlà: senhor da visão nos búzios, dono do oráculo, mestre da adivinhação, o único orisá funfun a usar branco e preto.

1.    Òrìsàteko ou Eteko Oba Dùgbè : Um grande guerreiro associado a osalá nas longas disputas de liderança com Odùduwà. Como seu principal templo é em Ìjúgbè, é também conhecido por Òrìsà Ìjùgbè. Este Òrìsà também esta relacionado com a agricultura, dizem que foi o primeiro a cultivar o inhame.

2.    Òrìsà Akiré : Um guerreiro poderoso e rico e que tinha muitos escravos, tudo oriundo de espólios de suas conquistas. Seus principais templos são em Ìlàré e em Arùbídì. Dizem uns que Òrìsàkiré é um Òrìsà da paz, da produtividade e da opulência.

3.    Òrìsà Aláse ou Olúorogbo : "Aquele que possui o infinito saber", quem ensinou ao Homem a se comunicar com símbolos e/ou marcas. Dizem que foi ele quem resolveu parte da longa e eterna disputa entre Òbàtálá e Odùduwà.

4.    Òrìsàjiyán ou Ògiyán : também Ewúléèjìgbò na cidade de Èjìgbò na realidade assim outros orisás não é um osalá e sim seu filho carnal.

5.    Òrìsàlufan ou Olufan : também Òsàlufan na cidade de Ifan.(ESTE SIM UMA QUALIDADE DE OSALÁ)

6.    Òrìsà Oko : Òrìsà da agricultura. Da cidade de Ìràwò.

7.    Òrìsà Òkè : Òrìsà das colinas e dos montes.

8.    Òrìsàròwu ou Òrìsà Lòwu : Na cidade de Owu.

9.    Òrìsà Ajagemo : Na cidade de Ede.

10.                      Òrìsà Olúwofín : Na cidade de Iwofin.

11.                      Òrìsà Pópó : Na cidade de Ògbómòsó.

12.                      Òrìsà Eguin : Na cidade de Owú.

13.                      Òrìsà Jayé : Na cidade de Ijàyé.

14.                      Òrìsàko : Na cidade de Oko.

15.                      Òrìsà Olóbà : Na cidade de Òbá.

16.                      Òrìsà Obaníjìta : ................

17.                      Òrìsà Alajere : ....................

18.                      Òrìsà Olójó : .......................

19.                      Òrìsà Oníkì : ......................

20.                      Òrìsà Onírinjà : .................

21.                      Òrìsà Àrówú : ....................



* Òrìsà funfun - ORISÁS que tem como rito comum o uso de elementos e oferendas de cor branca ou derivada, e tabus alimentares ou outros,(MÁS QUÊ NÃO SÃO O ORISÁ OSALÁ), por vezes também semelhantes. Quando não, são também assim chamados por fazerem parte do processo da criação - que são os casos, principalmente de OSALÁ e Òrúnmìlà.

* O rito e o culto dos Òrìsà funfun, são tão semelhantes ou quase idênticos, que em vários casos é difícil distinguir se se trata de divindades distintas ou são qualidades de ÒSALÁ , ou ainda, somente nomes diferentes do mesmo Òbàtálá = (O REI ORISÁ O MESMO QUÊ OSALÁ). Pode, por estes ou outros inúmeros fatores, que o levaram a ser o mais conhecido Òrìsà do panteão, obviamente, sem se esquecer da sua real importância na gênesis yoruba.


África

O ORISÁ OSALÁ é o filho direto de Olorum o criador do universo. Depois de criado o universo e a terra em específico; depois de milhares de anos resolveu dar vida a terra e enviou seu filho direto "OSALÁ Obatalá" para esse fim à terra que até então era composta de água. Vindo com o saco da criação Obatalá trouxe consigo uma galinha d'angola que foi responsável por espalhar a terra sobre as águas, dando desta maneira forma à terra sobre a água, depois de criado os montes etc...OSALÁ criou os vegetais, animais e por ultimo da própria criação "terra" com ajuda de YEMANJÁ moldou o ser humano com o barro e com seu sopro deu vida ao ser humano. Por isso quando as pessoas têm um grande problema de saúde é a este Orisá que se pode recorrer; claro que dependendo do tipo de doença que seja, podemos recorrer também a outros Orisás. OSALÁ é quem rege tudo o que é branco sobre a terra em todo sentido da palavra; pureza.

Obatalá - Oba (rei) alá (branco) ou ainda rei dos orisás, ou rei do pano branco e de tudo o que é branco.

Orisa-Nla, Orisala ou (Orixalá e Oxalá em português) é o primeiro Orisa Funfun nascido diretamente de Olorun (DEUS) (tudo desses orisás é de cor branca).

  • Osalá=Obatalá , Osalufon, Osagiyan e Osa-Popo e outros, todos eles denominados Òrìsà funfun (orisás brancos), devido à cor que os simboliza, a branca. Obatalá e Odudua são associados de diversas maneiras nos mitos da criação, o quê cria uma certa confusão nas pessoas aqui no brasil, a maioria das pessoas acham quê: todos os Òrìsà funfun=(orisas quê só vestem branco) são osalá, o quê não é verdade osalá é unico e tem suas qualidades, e uma delas quê é muito confundida com osalá, o orisá Oságuian quê é um orisá funfun filho de osalá e não um osalá, e sendo o filho não pode ser o próprio osalá. Abaixo vai uma lista dos  Òrìsà funfun que podem até ser usados em algumas nações como qualidades de osalá, más não o são.
Bàbá Epe
  • Orisá Oko      
  • Lejúgbè
  • Ajàgúnán
  • Òsàfuru
  • Elémòsó
  • AkajaPriku
  • Òsàìgbò
  • Indako
  • Bàbá Talabí
  • Bàbá Àjàlé
  •  
  • Odudua
  • Oxaguian
  • Orixá okô

"Orisalá é encarregado do poder criador e é considerado um co-trabalhador de Olorun. Supõe-se que o homem tenha sido feito por *OLORUN* = *Deus* e modelado por Orisala. Seus adeptos se distinguem pelo uso de colares de contas brancas e pelas roupas brancas. Não podem beber vinho de palmeira. Os sacrifícios por eles oferecidos não podem conter sal. Os albinos, os anões, os estropiados e os corcundas são considerados sagrados por esse orisa.

Orisala é o nome comum, conhecido e adorado em diversas cidades e sob diversos nomes: Orisa Oluofin em Iwofin, Orisako em Oko, Orisakire em Ikire, Orisagiyan em Ejigbo, Orisaeguin em Owu, Orisajaye em Ijaye, Obatala em Oba."

Osalá, Obatalá, Orisalá, Orisa-Nlá.

ORISÁ OSALÁ é um nome genérico de vários Òrìsá funfun (branco), como são chamados diversos Orisás africanos no Brasil relacionados à cor branca e à criação do mundo.

Os filhos do ORISÁ OSALÁ têm algumas restrições, Ewó = Quizila: EPÔ = DENDÊ, SAL, ROUPAS PRETAS, VINHO DE PALMA, CARVÃO, ETC...

De acordo com os ITÃNS = (HISTÓRIAS DOS ORISÁS), O ORISÁ OSALÁ embriagou-se várias vezes com vinho de palma, fato que tornou a bebida alcoólica uma das restrições. Por causa de outra lenda, em que ESÚ suja suas roupas brancas por três vezes com sal, azeite de dendê e carvão, estes elementos também se tornaram restrição aos filhos do ORISÁ OSALÁ. Nenhuma comida do ORISÁ OSALÁ leva sal ou dendê. Um filho do ORISÁ OSALÁ jamais deverá usar roupas pretas ou vermelhas, por serem essas as cores de Exú. Também em função dos ITÃNS, o dia de Oxalá é a sexta-feira=(ESPECIFICAMENTE NO KANDOMBLÉ). POIS EM OUTRÁS NAÇÕES AFRO BRASILEIRAS CULTUADAS AQUI NO BRASIL OS DIAS DE CULTO ESPECIFICO À O ORISÁ OSALÁ SÃO OUTROS,

COMO QUARTA PARA AS QUALIDADES DE OSALÁ MOÇO E DOMINGO PARA OS OSALÁS VELHOS, tanto no Brasil quanto em outros países, todos os iniciados e frequentadores costumam vestir-se de branco em homenagem a Osalá. Os filhos de Osalá não comem comida de sal e muitos adotaram não comer carne no dia de culto a OSALÁ (somente peixe). Contudo, também se acredita que esse costume tenha relação com a Igreja Católica e o sincretismo de Osalá com o Senhor do Bonfim na Bahia, costume também adotado pelos restaurantes em que nas sextas-feiras servem a pescada branca com molho de camarão. NAS NAÇÕES EM QUE SE CULTUA OSALÁ NAS QUARTAS E DOMINGOS, OS FILHOS DE OSALÁ NÃO DEVEM VESTIR-SE COM ROUPAS PRETAS OU QUE CONTENHÃO QUALQUER VESTIGIO DE PRETO MESMO A LINHA DA COSTURA DE SUAS ROUPAS, NA VERDADE O PRETO DE SER ABOLIDO DE SEUS GUARDA ROUPAS, E NESTES DIAS PELO MENOS NAS (QUARTAS E DOMINGOS, DEVEN VESTIR-SE TOTALMENTE DE BRANCO DA CABEÇA AOS PÉS, INCLUSIVE AS ROUPAS INTIMAS.

ITÃN Iº:  A viagem de OSALÁ

Um dia O ORISÁ OSALÁ,  já velho e curvado por sua idade avançada, resolveu viajar a Oyo em visita a seu filho o ORISÁ SÀNGÓ, Foi consultar um babalaô para saber acerca da viagem. O adivinho recomendou-lhe não seguir viagem. Ela seria desastrosa e acabaria mal.

Mesmo assim, O ORISÁ OSALÁ, por teimosia, resolveu não renunciar à sua decisão. O adivinho aconselhou-o, então, a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa ou sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse. Seria uma forma de não perder a vida.

Em sua caminhada, O ORISÁ OSALÁ encontrou O ORISÁ ESÚ três vezes. Três vezes ORISÁ ESÚ solicitou ajuda ao velho rei para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima do ORISÁ OSALÁ. Três vezes O ORISÁ OSALÁ ajudou O ORISÁ ESÚ, carregando seus fardos imundos. E, por três vezes, O ORISÁ ESÚ fez Oxalufam sujar-se de sal, azeite de dendê e carvão. Três vezes suportou calado as armadilhas de Exú. Três vezes foi Oxalufam ao rio mais próximo lavar-se e trocar suas vestes. Finalmente chegou a Oyó. Na entrada da cidade viu um cavalo perdido, que ele reconheceu como o cavalo que havia presenteado a Xangô.

Tentou amansar o animal para amarrá-lo e devolvê-lo ao filho. Mas, neste momento, chegaram alguns súditos do rei à procura do animal perdido. Viram OSALÁ JOBOKUN com o cavalo e pensaram tratar-se do ladrão do animal. Maltrataram-no e prenderam-no. Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro.

Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino, O ORISÁ SÀNGÓ, desesperado, procurou um babalaô, que consultou Ifá, descobrindo que um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que não cometera.

O ORISÁ SÀNGÓ correu para a prisão. Para seu espanto, o velho prisioneiro era seu pai ORISÁ OSALÁ JOBOKUN. O ORISÁ SÀNGÓ ordenou que trouxessem água do rio para lavar o rei. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco, e que todos permanecessem em silêncio, pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a OSALÁ JOBOKUN. SÀNGÓ vestiu-se também de branco e encarregou Airá (SEU IRMÃO) de carregar o velho rei nas costas. Levou-o para as festas em sua homenagem e todo o povo saudava OSALÁ e SÀNGÓ. Depois OSALÁ JOBOKUN voltou para casa levado por Airá e, quando chegou seu filho, Osaguiam ofereceu um grande banquete em celebração pelo retorno do pai.

 OUTRO ITÃN D' OSALÁ
OSALÁ JOBOKUN ( a versão velha de Oxalá ) era um rei muito idoso que andava com dificuldade, apoiado em seu cajado, O OPASORO = opaxorô. Um dia, sentindo saudades do filho SÀNGÓ, resolveu visitá-lo. Como era costume na terra dos orisás, consultou um babalaô para saber como seria a viagem. Este recomendou que não viajasse. Mas, como o orisá teimasse em ver o filho, foi instruído a levar três roupas brancas e limo da costa ( pasta extraída do caroço de dendê) e fazer tudo o que lhe pedissem.

Com essas precauções, o orisá partiu e, no meio do caminho, encontrou Esu Elepô, dono do azeite-de-dendê,= EPÔ sentado a beira da estrada, com um pote ao lado. Com boas maneiras, ele pediu a OSALÁ JOBOKUN que o ajudasse a colocar o pote nos ombros. O velho orisá, lembrando as palavras do babalaô, resolveu auxiliá-lo; mas Esú Elepô, que adora brincar. Derramou todo o dendê sobre O ORISÁ OSALÁ JOBOKUN.

O orisá manteve a calma, limpou-se no rio com um pouco do limo, vestiu outra roupa e seguiu viagem. Mais adiante encontrou Exu Onidu, dono do carvão, e Esú Aladi, dono do óleo do caroço de dendê. Por duas vezes mais foi vitima dos brincalhões e procedeu como da primeira vez, limpando-se e vestindo roupas limpas, continuando sua caminhada rumo ao reino de ORISÁ SÀNGÓ.

Ao se aproximar das terras do filho, avistou um cavalo que conhecia muito bem, pois presenteara O ORISÁ SÀNGÓ com o animal tempos atras. Resolveu amarrá-lo para levá-lo de volta, mas foi mal interpretado pelos soldados, que julgaram-no um ladrão. Sem permitir explicações, eles espancaram o velho ate quebrar seus ossos e o arrastaram para a prisão. Usando seus poderes, O ORISÁ OSALÁ JOBOKUN fez com que não chovesse mais desse dia em diante; as colheitas foram prejudicadas e as mulheres ficaram estéreis.

Preocupado com isso, O ORISÁ SÀNGÓ consultou seu babalaô e este afirmou que os problemas se relacionavam a uma injustiça cometida sete anos antes, pois um dos presos fora acusado de roubo injustamente. O ORISÁ SÀNGÓ dirigiu-se a prisão e reconheceu o pai. Envergonhado, ordenou que trouxessem água para limpá-lo e, a partir desse dia, exigiu que todos no reino se vestissem de branco em sinal de respeito ao pai, como forma de reparar a ofensa cometida. É por isso que em todos os terreiros do Brasil comemora-se as Águas de Oxalá, cerimonia na qual todos os participantes vestem-se de branco e limpam seus apetrechos com profunda humildade para atrair a boa sorte para o ano todo.

ITÃN II

ITÃN DE OSALÁ (A CRIAÇÃO DA TERRA)

Olorun, Deus supremo, criou um ser, a partir do ar (que havia no início dos tempos) e das primeiras águas. Esse ser encantado, que era todo branco e muito poderoso, foi chamado OSALÁ. Logo em seguida, criou um outro orixá que possuía o mesmo poder do primeiro, dando-lhe o nome de YEMANJÁ. Os dois nasceram da vontade de Olorun de criar o universo.

OSALÁ passou a representar a essência masculina de todos os seres, tornando-se o lado direito de Olorun. YEMANJÁ, por sua vez, teria a essência feminina, e representaria o lado esquerdo. Outros orisás também foram criados, formando-se um verdadeiro exército a serviço de Olorun, cada um com uma função determinada para executar os planos divinos.

BARÁ foi o terceiro elemento criado, para ser o elo de ligação entre todos os orixás, e deles com Olorun. Tornou-se costume prestar-lhe homenagens antes de qualquer outro, pois é ele quem leva as mensagens e carrega os ebós.

Olorun confiou à OSALÁ a missão de criar a Terra, investindo-o de toda a sabedoria e poderes necessários para o sucesso dessa importante tarefa. Deu a ele uma cabaça contendo todo axé que seria utilizado.

OSALÁ, orgulhoso por ter recebido tamanha honraria, achou desnecessário fazer as oferendas a BARÁ.

BARÁ, vendo que OSALÁ partira sem lhe fazer as oferendas, previu que a missão não seria cumprida, pois, mesmo com a cabaça e toda a força do mundo, sem a sua ajuda não conseguiria chegar ao local indicado por Olorun.

A caminhada era longa e difícil, e OSALÁ começou a sentir sede, mas, devido à importância de sua missão, não podia se dar ao luxo de parar para beber água. Não aceitou nada do que lhe foi oferecido, nem mesmo quando passou perto de um rio interrompeu a sua jornada. Mais à frente, encontrou uma aldeia, onde lhe ofereceram leite de cabra para saciar sua sede, que também foi recusado.

Todos os caminhos pareciam iguais e, depois de andar por muito tempo, sentiu-se perdido. De repente, ele avistou uma palmeira muito frondosa, logo à sua frente, OSALÁ, já delirando de tanta sede, atingiu o tronco da palmeira com seu cajado, sorvendo todo o líquido que saía de suas entranhas (era vinho de palma). Embriagado pela bebida, desmaiou ali mesmo, ficando desacordado por muito tempo.
BARÁ avisou YEMANJÁ que OSALÁ não havia feito as oferendas propiciatórias, por isso não terminaria sua tarefa. Ela, agindo por contra própria, resolveu consultar um babalawô para realizar devidamente as oferendas. O sacerdote enumerou uma série de coisas que ela deveria oferecer, entre elas um camaleão, uma pomba, uma galinha com cinco dedos e uma corrente com nove elos. BARÁ aceitou tudo, mas só ficou com a corrente, devolvendo o restante à YEMANJÁ, pois ela iria precisar mais tarde. Outros sacrifícios foram realizados, até que Olorun a chamou para procurar OSALÁ, que havia esquecido o saco da criação com o qual criaria a Terra. YEMANJÁ, após terminar suas oferendas, foi atrás de OSALÁ, encontrando-o desacordado próximo ao local onde deveria chegar.

Ao saber que OSALÁ havia falhado em sua missão, Olorun ordenou que a própria YEMANJÁ prosseguisse naquela tarefa com a ajuda de todos os orisás. E assim foi feito. YEMANJÁ pegou o saco da criação e o entregou à pomba, para que voasse em círculo. A galinha com cinco dedos foi solta, para espalhar aquela imensa quantidade de terra, e, finalmente, o camaleão arrastou-se vagarosamente, para compactá-la e torná-la firme.

Quando OSALÁ acordou, viu que a Terra já havia sido criada, e não o fora por ele. Desesperado, correu até Olorun, que o advertiu duramente por não ter reverenciado BARÁ antes de partir, julgando-se superior a ele. OSALÁ, arrependido, implorou perdão. Olorun, sempre magnânimo, deu-lhe uma nova e importantíssima tarefa, que seria a de criar todos os seres que habitariam a Terra. Desta vez ele não poderia falhar!

Usando a mesma lama que criou a Terra, OSALÁ modelou todos os seres, e, insuflando-lhes seu hálito sagrado, deu-lhes a vida.

Desta forma, YEMANJÁ e OSALÁ desempenharam tarefas igualmente importantes, juntamente com a valiosa ajuda de todos os orixás, que possibilitaram o surgimento deste novo e maravilho mundo em que vivemos.

ITÃN III

Muito tempo depois que Oduduwa chegou em Ilê Ifé e começaram a praticar o culto das Águas de OSALÁ, aconteceu que, logo no primeiro ano, quando estava perto das festas OSALÁ escolheu uma senhora das mais velhas do terreiro, chamada omo osun = (FILHA DE OSUN), para tomar conta de todo, ou melhor, de toda sua roupa, adornos e apetrechos, depositando com toda benevolência nas mãos dela aquele direito especial para tomar conta de tudo que lhe pertencesse, da coroa ao sapato. omo osun por nunca ter tido nenhum filho, criava uma menina. Dessa data em diante ela e a menina ficaram sendo odiadas por algumas pessoas que faziam parte nesse terreiro e que por inveja de omo osun começaram a tramar novidades, procurando um meio qualquer para fazer OSALÁ se zangar com ela e tomar o "asé" entregue por OSALÁ. Fizeram coisas que Deus duvida contra omo osun porém nada surtia efeito. Cada vez mais OSALÁ ia aumentando a amizade e dedicação para omo osun. Ela era muito devotada ao cumprimento das suas obrigações e não dava margem alguma para ser por ele repreendida.

Como dizem que a água mole em pedra dura tanto bate até que fura, aconteceu que, na véspera do dia da festa, as invejosas, já desiludidas por poderem fazer o que desejavam, de passagem pela casa de omo osun se depararam com O ADÊ DE OSALÁ a (CORÔA) de OSALÁ que ela tinha ariado e colocado no sol para secar. Quando elas viram O ADÊ (a coroa) de OSALÁ muito bonita e mais reluzente do que nunca, combinaram roubar a coroa e ir jogar no fundo do mar. E assim fizeram.

Quando omo osun foi apanhar a coroa para guardar, não encontrou. Ficou doida. Procura daqui procura dali, remexeram com tudo procurando em todos os cantos da casa e nada da coroa aparecer. As invejosas vendo a aflição que estava passando omo osun e sua filhinha, satisfeitas pelo mal que tinham causado, riam imenso dizendo: agora sim quero ver como ela vai se arranjar com OSALÁ amanhã quando ele procurar a coroa e não encontrar. A essa altura omo osun completamente azuretada só pensava em se matar e já estava resolvida a fazer isso para não passar vergonha perante OSALÁ. Foi quando a menina, sua filha de criação disse: - Mamãe, porque a senhora não vai na feira amanhã de manhã bem cedinho e não compra o peixe mais bonito que tiver lá? A coroa de OSALÁ deve estar na barriga desse peixe. E assim a menina insistiu, insistiu tanto, até que omo osun se decidiu a aceitar o que a menina aconselhou, dizendo:- Fique tranquila minha filha, porque de madrugada eu vou acordar para ir à feira ver se encontro com esse peixe que você imagina ter a coroa do nosso Rei OSALÁ na barriga.

A menina foi dormir tranquila. omo osun coitada, não pôde dormir toda a noite preocupada que já amanhecesse o dia para ela ir a feira ver se conseguia encontrar o dito peixe que a menina julgava ter a coroa na barriga.

Quando o dia mal tinha clareado, omo osun pulou da cama, se preparou e lá se foi. Quando ela chegou na feira foi diretamente no mercado de peixe e não encontrou nenhuma escama. Ainda era muito cedo. omo osun deu uma volta pela feira e já bastante impaciente voltou ao mercado onde encontrou um senhor vendendo um peixe, cujo peixe, era o único que se encontrava no mercado. omo osun comprou o peixe e foi voando para casa a fim de abri-lo. Queria ver se sua filha tinha aconselhado bem, para ela poder obter a paz e tranquilidade espiritual, encontrando a coroa de OSALÁ. Assim que ela chegou em casa foi logo para a cozinha para abrir a barriga do peixe. Porém não conseguiu. Quando ela estava aí se acabando de chorar e labutando para abrir a barriga do peixe, a menina acordou e foi logo perguntando: - Mamãe já comprou o peixe? A senhora deixa que eu abra a barriga dele? - omo osun bastante chorosa respondeu:- Minha filha a barriga dele está muito dura. Eu não posso abrir quanto mais você.

A menina se levantou, chegou na cozinha, apanhou um cacumbú e puxou rasgando a barriga do peixe, esta se abriu em bandas deixando aparecer a coroa de Oxalá ainda mais bonita do que era antes. omo osun se abraçou com a menina e de tanto contentamento não sabia o que fazer com ela. Carregava, beijava, dançava, e por fim omo osun olhando para a menina e em seguida voltando as vistas para o céu, disse: -  QUÊ *OLORUN* = *DEUS* lhe abençoe. Sua mãezinha está sendo perseguida, porém com a fé que tem no seu Eledá = ORISÁ DE SUA CABEÇA, não há de ser vencida. Limparam muito bem limpa, a coroa, e guardaram, muito bem guardada, juntamente com o resto das coisas pertencentes a OSALÁ. Em seguida omo osun cozinhou o peixe, fez um grande almoço e convidou a todos da casa para almoçar com ela dizendo que estava festejando o dia da festa do Pai OSALÁ.

Ao meio dia omo osun juntamente com sua filha serviram o almoço acompanhado de Aluá ou Aruá. Depois do almoço todos foram descansar para na hora determinada dar começo à festa das Águas de OSALÁ.

As invejosas quando viram todo aquele movimento, omo osun muito alegre como se nada tivesse acontecido a ponto de dar até um banquete em homenagem a Festa de OSALÁ, ficaram malucas. Uma delas perguntou:- Será que ela encontrou a coroa?  Outra respondeu: Eu bem disse que queimasse. - E a outra mais danada ainda dizia:- Eu disse a vocês que o melhor era cavar um buraco bem fundo e enterrar. - A primeira procurando acalmar os ânimos, disse para a outra:- Vamos esperar até a hora que ela apresentar as roupas de OSALÁ com todos os armamentos. Se a coroa estiver no meio o jeito que temos é fazer um grande ebó e colocar na cadeira aonde ela vai se sentar ao lado de OSALÁ. - O ebó, sacrifício, pode ser empregado para o bem ou para o mal.

Quando estava perto da hora de começar a festa, omo osun apresentou a OSALÁ toda a roupa com todos os armamentos deixando as invejosas mais danadas e com mais desejo de vingança, a ponto de procurarem fazer o ebó por elas idealizado e colocar na cadeira onde omo osun era obrigada a sentar-se por ordem de OSALÁ.

Começou a festa com a maior alegria possível. OSALÁ chegou acompanhado por omo osun e se sentou no trono. Omon Oxum sem saber do que estava sendo feito contra ela, também se sentou na sua cadeira ao lado de OSALÁ. Quando começaram as cerimonias e que OSALÁ precisou de colocar a sua coroa, virou-se para omo osun e pediu para ela ir apanhar a coroa. omo osun quis levantar-se e não pôde. Fez força para um lado, para o outro, e nada de poder levantar-se, até quando ela decidiu levantar-se de qualquer maneira. Devido a grande dor que sentiu, olhou para a cadeira e viu que estava toda suja de sangue. Alucinada de dor, e horrorizada por saber que OSALÁ de forma nenhuma podia ter nada de vermelho perto dele porque era ewó, proibição, saiu esbaforida pela porta afora, indo se esbarrar na casa de BARÁ.

Quando BARÁ abriu a porta que viu omo osun toda suja de vermelho, disse:- Você vindo desse jeito da casa de meu pai? Infringiu o regulamento e eu não posso lhe abrigar,- e fechou a porta.

Daí ela foi para a casa de ÒGÚN , ODÉ, de todos Orisás e sempre diziam a mesma coisa que disse BARÁ. Só restava a casa da ORÍSÁ OSUN. Quando omo osun chegou a casa de OSUN, esta já tinha sabido do que estava acontecendo e estava a sua espera. omo osun se jogando nos pés dela disse:- Minha mãe me valha, estou perdida. OSALÁ não vai me querer mais em sua casa.

A ORISÁ OSUN disse para ela que não se preocupasse, que um dia OSALÁ ia buscá-la de volta. Depois Oxum, usando de sua magia, fez com que, do lugar onde sangrava em omo osun saísse Ekodide, pena vermelha de papagaio da costa, até quando sare a ferida. A ORISÁ OSUN , depois de colocar todo aquêle Ekodidé numa grande igbá, (VASILHA), reuniu todo seu pessoal e todas as noites faziam um SÍRÊ, festa, cantando assim:
BI OMÍO O TA LADÊ

BI OMÍO O TA LADÊ

IRÚN-IMOLÉ

IYA OMIN TA LADÊ

OTO RU ÉFAN KOBÁJA OBIRIN

IYA OMIN TA LADÊ

E assim A ORÍSÁ OSUN ricamente vestida, sentada no seu trono, com omo osun ao seu lado, O IGBÁ de Ekodidés e a vasilha para colocarem dinheiro em frente a elas, recebia as visitas de todos os Orisás que iam até lá para ver e saber porque A ORÍSÁ OSUN estava fazendo aquela festa todas as noites. Todos que lá chegavam e se inteiravam do acontecimento, se era homem dava adóbálé, se estirava de peito no chão para A ORISÁ OSUN, depois apanhava um Ekodidé e colocava uma certa quantia na vasilha que estava ao lado para ser colocado o dinheiro, e se era mulher dava iká, quer dizer, se deitava no chão de um lado e do outro para A ORÍSÁ OSUN e em seguida apanhava um Ekodidé e colocava também o dinheiro na referida vasilha.

Tudo aquilo que estava acontecendo no palácio DA ORÍSÁ OSUN, ficou sendo muito propalado e as invejosas faziam todo possível para que OSALÁ não soubesse. Um dia, elas, sem observarem que OSALÁ estava por perto, começaram a comentar o caso, onde uma delas disse:- Com ela não tem quem possa, depois de tudo o que nós fizemos, depois de ter acontecido o que aconteceu aqui no palácio de OSALÁ e de ter sido enjeitada por todos Orisás, vocês não estão vendo que A ORISÁ OSUN abrigou ela? Curou, conseguindo que do lugar que sangrava saísse Ekodidé, fazendo uma grande fortuna e aumentando a sua riqueza. Agora só nos resta é fazer com que o velho não saiba do que está acontecendo no palácio DA ORÍSÁ OSUN, se não é bem capaz de querer ir até lá.

Nisso o velho OSALÁ pigarreou dando a entender que tinha ouvido toda a conversação. Ordenou a elas que procurassem saber a hora que começava o Sirê = xirê no palácio da ORÍSÁ OSUN e que elas iam servir de companhia para ele poder ir apreciar o sirê e tomar conhecimento do que estava acontecendo.

Quando elas ouviram OSALÁ falar desta maneira bem pertinho delas a terra lhe faltaram nos pés e o remorso montou nos seus cangotes fazendo com que elas fugissem para nunca mais voltar ao palácio de OSALÁ.

À noite, depois do jantar, OSALÁ cansado de esperar pelas três invejosas e não vendo nenhuma delas aparecer, disse:- Fugiram com medo de que eu castigasse pela grande injustiça que cometeram, não sabendo de que o castigo será dado pelas mesmas.

Assim OSALÁ se dirigiu para o palácio DA ORÍSÁ OSUN afim de assistir o Sirê e saber qual a causa do mesmo. Quando O ORÍSÁ OSALÁ chegou no palácio da ORÍSÁ OSUN mandou anunciar a sua chegada. A ORÍSÁ OSUN mais bonita do que nunca, coberta de ouro e muitas jóias dos pés a cabeça, sentada no seu rico trono, mandou que O ORÍSÁ OSALÁ entrasse, e continuou o Sirê cantando: BI OMÍO O TA LADÊ, BI O TA LADÊ, IRÚN-IMOLÊ, IYA OMIN TA LADÊ.

Quando OSALÁ entrou ficou abismado de ver tanta riqueza e quando reparou bem NA ORÍSÁ OSUN, que viu a seu lado omo osun, a pessoa que cuidava dele e de todas suas coisas, a quem ele julgava ter perdido devido ao que tinha acontecido, não se conteve, se jogou também no chão dando dodóbálé para ORÍSÁ OSUN, apanhando um Ekodidé e colocando bastante dinheiro na vasilha. A ORÍSÁ OSUN quando viu o velho dar dodóbálé para ela, se levantou cantando:
DÓDÓ FIN DODÓBÁLÉ

KÓ BINRIN

IYA OMIN TA LADÊ

e foi ajudar a OSALÁ se levantar do chão dizendo didê babá, didê babá = levante-se meu pai, levante-se meu pai. Depois que OSALÁ se levantou A ORÍSÁ OSUN pegou omo osun pela mão e entregou à OSALÁ dizendo:- Aqui está a vossa zeladora, sã e salva de todo mal que desejaram e fizeram para ela para que ela ficasse odiada por vós. OSALÁ agradecendo a ORÍSÁ OSUN disse: ORÍSÁ OSUN, em agradecimento a tudo o que fizestes de bem e para amenizar os sofrimentos de omo osun eu, OSALÁ, prometo levar ela de volta para o meu palácio e de hoje em diante nunca hei de me separar desta pena vermelha que é o Ekodidé e que será o único sinal desta cor que carregarei sobre o meu corpo.

ITÃN D’ OSALÁ IV
OSALÁ era marido de Nanã, senhora do portal da vida e da morte. E por determinação dela, somente os seres femininos tinham acesso ao portal, não permitindo aproximação de seres masculinos em hipótese alguma. Determinação que servia também para Oxalá, que com o passar do tempo não se conformava com esta decisão, não só por ser marido de Nanã, como por sua própria importância no panteão dos orisás. Assim pensou até que encontrou uma forma de burlar as determinações de sua esposa. Não fugindo de sua cor branca, vestiu-se de mulher, colocou o adê (coroa) com os chorões no rosto, próprio dos reis e rainhas e aproximou-se no portal satisfazendo enfim sua curiosidade. Foi pego, porém, por Nanã no exacto momento em que via o outro lado da dimensão. Nanã aproximou-se e determinou:

- "Já que tu, meu marido, vestiste-te de mulher para desvendar um segredo tão importante, vou compartilhá-lo contigo. Terás, então, a incumbência de ser o princípio do fim, aquele que tocará o cajado três vezes ao solo para determinar o fim de um ser. Porém, jamais conseguirás te desfazer das vestes femininas e, daqui para frente terás todas as oferendas fêmeas!".

E OSALÁ passou a comer não mais como os demais santos aborós (homens), mas sim cabras e galinhas como as yabás. E jamais se desfez das vestes de mulher. Em compensação, transformou-se no senhor do princípio da morte e conheceu todos os seus segredos.

ITÃN DE OSALÁ Nº V
outra versão da criação do Àiyé:

"...Olórun chama Òsàálá, pois pensa em criar pensar em criar a Terra, encarregando – o de suas obrigações: como material, recebeu uma concha com terra, uma galinha com cinco dedos em cada pé e um pombo. Descendo para o local indicado. Òsàálá jogou a terra num local adequado na imensidão das águas; soltando a galinha e o pombo, imediatamente eles começaram seu trabalho de espalhar a terra. Quando cobriram o suficiente, Òsàálá voltou e informou a Olórun que o trabalho havia sito efetuado Olórun enviou AGEMO, ( camaleão), para inspecionar o que havia sido feito. Da primeira vez, o camaleão trouxe a informação de que a terra ainda não estava suficientemente seca para as tarefas posteriores. Da Segunda vez, ele comunicou que tudo estava a contento.

O local sagrado onde o trabalho teve início foi chamado de Ifè ("Aquilo que é amplo"). De acordo com a tradição, foi assim que Ifè, a Cidade Sagrada do Povo Yorubá, conseguiu o seu nome.

Em seguida, Olódùmarè enviou Òsàálá de volta para equipar a Terra. Designou para acompanhá-lo Òrúnmìlá como seu conselheiro.

Olódùmarè deu o primeiro IGI ÒPE (DENDEZEIRO) para ele plantar; seu suco dá uma bebida chamada Emu; de sua semente extraem–se dois tipos de óleo – Epo Pupa e Adín, que são comestíveis; a folha IMÒ ÒPE é utilizada para diversas finalidades.

Deu também outras árvores que produziam muita seiva: Iré, Awùn e Dòdo, para serem plantadas e reproduzidas.

A galinha e o pombo originais, que haviam sido usados para espalhar a terra, deveriam agora se multiplicar, para fornecer alimento aos habitantes da Terra. O camaleão, é descrito como mensageiro de Olódùmarè . Foi o escolhido para a missão, pôr ser digno da tarefa. Tornou–se digno de respeito e merecedor de culto entre os yorubá.

Quando todos os atributos da Terra estavam devidamente instalados, Òsàálá convocou um dos seres primordiais, chamado Orelúéré, para trazer os demais seres para baixo, constituindo–se todos no núcleo da ocupação – humana na terra.

Òsàálá foi designado para um outro trabalho. Foi feito criador das características físicas humanas para o futuro. Com água e barro primordial tornou–se – Alámò Rere = (divindade escultora) . *Olódùmarè* = *DEUS* assopra o – Èmí = (SOPRO DA VIDA = ALMA) completando assim a criação do ser humano.

A função criadora de Òsàálá deu–lhe prerrogativa de determinar a aparência humana perfeita ou defeituosa e a cor que ele desejasse – Alábàáláse, aquele que tem o poder de sugerir e realizar com autonomia, e Àjálá é quem molda o orí..."

ITÃN DE OSALÁ Nº VI
OSALÁ JUNTO COM O IRUN-IMOLÉ
Naquele tempo, a Terra havia sido criada e sua extensão ainda era muito pequena, estando a maioria do globo, coberta pelas águas do oceano.

*OLORUN* ordenou que os orisás, viessem habitar sobre a pequena faixa de terra firme então existente, para ali estabelecerem o ambiente necessário, para o surgimento da vida humana.

Todos foram consultar Orunmilá e na consulta, surgiu a figura de Ejiogbe (Ejionile), sendo determinado um sacrifício, que todos os Orisás deveriam oferecer, para que suas missões fossem coroadas de sucesso.

Como o ebó determinado fosse muito despendioso, todos, com exceção de OSALÁ, negligenciaram-se a fazê-lo e assim, rumaram para a terra recém criada.

Como OSALÁ oferecera o seu sacrifício, foi o primeiro a chegar, já que BARÁ lhe indicara o caminho mais curto e sem qualquer obstáculo. Aos outros, BARÁ criou todos os tipos de dificuldades e desta forma, ao chegarem a terra, encontraram OSALÁ já estabelecido.

Durante o tempo em que OSALÁ permaneceu sozinho sobre a terra, teve que fazer, com suas próprias mãos, todo tipo de serviço pesado, como cortar e carregar lenha para a construção de seu palácio, o que lhe provocou uma deformação nas costas, passando, a partir de então, a caminhar apoiado num cajado.

Um a um, os ORÌSÁS foram chegando e todas as terras já estava cercadas e plantadas, sendo ORÌSALÁ seu legítimo dono.

Sem ter onde ficar e estabelecer seus reinos, reuniram-se em assembleia, para deliberarem de que maneira iria proceder, para que pudessem cumprir suas missões e a esta reunião, ORÌSALÁ também compareceu.

"Que desejam, agora que realizei todo o trabalho pesado? "Perguntou o poderoso Funfun. "Só lhes resta habitarem as profundezas de Okun = MAR, já que ao chegarem, encontraram toda a terra trabalhada por mim!"

Diante da posição do ORÌSALÁ, os demais Orisás prostraram-se diante dele e com os rostos encostados no solo, suplicaram que lhes desse um pedaço de terra firme, para que pudessem realizar seus trabalhos e que ficasse ele mesmo com os mares e toda a riqueza neles contidas.

ORÌSALÁ então, nomeou Olokun, seu filho mais velho e YEMANJÁ, para reinar sobre os Oceanos, enquanto ele reinava sobre todo o planeta, concordando em distribuir, entre todos os Orishas, um sector da natureza, para que ali pudessem estabelecer os seus reinados, sempre prestando obediências a ele, coroado e aclamado por todos, como o rei dos reis.

A partir de então, por ter feito o ebó determinado, ORÌSALÁ passou a ser o mais importante dentre todos os Orisás, seus reinos se expandiram, na medida em que as águas do mar iam deixando mais e mais terras habitáveis e os demais Orisás puderam cumprir suas missões, governando os elementos e as diversas manifestações da natureza.



ITÃN DE OSALÁ Nº VII

 ORÌSALÁ por adquirir o costume de embriagar-se, caiu em desgraça diante de *Olofin olorun* = *DEUS REI DE TUDO* que, como castigo, impôs-lhe o descrédito e o desrespeito dos homens.

Por onde passasse, era apontado como ébrio e irresponsável e as mesmas pessoas que antes lhe prestavam reverências, agora viraram-lhe as costas e riam de sua presença de forma irreverente e zombeteira.

Cansado de tanta humilhação, o Orisá resolveu buscar auxílio no oráculo de Ifá e na consulta surgiu Ofun Meji que além do sacrifício de praxe, proibiu que voltasse a se aproximar de emu.

O sacrifício exigido era composto de uma ovelha, duas galinhas, um eleke de contas brancas, panos brancos e dezesseis penas de ekodide.

Depois de oferecidos os bichos a Elegbara, ORÌSALÁ teve que envolver-se em panos brancos e arrumar as dezesseis penas ao redor de sua cabeça. Isto foi feito antes do nascer do Sol e o orisá foi então, com o eleke no pescoço, colocar-se no alto da montanha que ficava na entrada da cidade.

Na alvorada, os raios do Sol nascente surgiram por trás de ORÌSALÁ e passando entre as penas causaram a impressão de que labaredas de fogo saiam de sua cabeça. Apavorados diante de tal visão, os moradores da cidade lançaram-se ao chão gritando aterrorizados "Epa Baba!" E todos mantinham os rostos colados sobre o solo.

Foi então que o poderoso orisá, livrando-se do vício da bebida pode recuperar o prestígio entre os homens e as graças de *Olofin* *OLORUN*.

Por este motivo, os filhos de ORÌSALÁ têm o emu como uma das suas principais interdições, não devendo sequer permanecer onde o mesmo esteja sendo consumido por seres humanos.

ITÃN DE OSALÁ Nº VIII
*OLORUN* criou OSALÁ E YEMANJÁ, Olokum, Odudua e Orun-milá. Depois deu a OSALÁ-Obatalá (o Osalá original) a tarefa de criar o mundo, entregando-lhe uma sacola com um pó mágico. Mas Obatalá, instigado por Orumilá, que estava zangado por ele não ter cumprido os rituais antes de partir, bebeu muito vinho de palma e adormeceu. Então, seu irmão e rival Odudua roubou a sacola e usou o pó para criar o mundo antes de Obatalá acordar. Obatalá foi castigado com a proibição de usar produtos do dendezeiro e bebidas alcoólicas; mas, como consolação, recebeu uma argila para modelar os humanos. Mas, como não levou a sério a proibição, continuou bebendo e, nos dias em que se excedia, fazia as pessoas tortas ou mal cozidas. É por isso que os deformados e os albinos são filhos de Osalá.

ITÃN DE OSALÁ Nº IX
OLORUN YEMANJÁ OSALÁ
E ORUN-MILÁ
YEMANJÁ , a filha de Olokum, foi escolhida por *OLORUN* para ser a mãe dos Orisás. Como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa; então, o pai foi perguntar a Orun-milá com quem ela deveria casar. Orumilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por Orun-milá para marido de YEMANJÁ. Os candidatos assim fizeram; no dia seguinte, o cajado de OSALÁ estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos Orisás.

ITÃN DE OSALÁ N° X
Certa vez, quando os Orisás estavam reunidos, OSALÁ deu um tapa em BARÁ e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante BARÁ se levantou, já curado. Então OSALÁ bateu em sua cabeça e BARÁ ficou anão; mas se sacudiu e voltou ao normal. Depois OSALÁ sacudiu a cabeça de BARÁ e ela ficou enorme; mas BARÁ esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou normal. A luta continuou, até que BARÁ tirou da própria cabeça uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de OSALÁ. OSALÁ se esfregou, como BARÁ fizera, mas não voltou ao normal; então, tirou da cabeça o próprio asé e soprou-o sobre BARÁ, que ficou dócil e lhe entregou a cabaça, que OSALÁ usa para fazer os HOMENS  brancos.

ITÃN DE OSALÁ Nº XI

Osalá rejeita o conselho de Ifá

OSALÁ foi consultar os adivinhos para saber como conduzir melhor sua vida. Os velhos aconselharam-no a oferecer aos outros orísás uma cabaça grande cheia de sal e um pedaço de pano, para não passar vergonha na terra. OSALÁ como era muito teimoso, deu de ombros aos conselhos e foi dormir sem cumprir o recomendado. Durante a noite, BARÁ entrou em sua casa trazendo uma cabaça cheia de sal, amarrando-a às costas de OSALÁ, que jazia em profundo sono.

Na manhã seguinte, OSALÁ despertou corcunda e desde então tornou-se o protector dos corcundas, albinos, aleijados e lhe foi proibido o consumo de sal.

ITÃN DE OSALÁ XII

ÒRISÀ ORISALÁ - OBÀTÁLÁ
No começo de tudo, quando À mando de *OLORUN* Obatalá criou a Terra e todos os seus atributos, ele fez a distribuição de todas as partes para todo o povo, cabendo a ele a região mais árida e coberta de pedras. Ali, em Abéòkuta, ergue a sua fazenda cujo terreno era mais rochedo do que solo fértil para a plantação. Apesar de tudo em contrário, as terras de OSALÁ-Obatalá eram as que mais produziam colheitas de todos os tipos. Chovesse ou não, a produção da colheita era superior às demais.

Esta situação causou um descontentamento entre os demais habitantes, que passaram a invejá-lo e cobiçar suas terras. Esqueciam quem era OSALÁ-Obatalá e o que ele havia feito por todos. Passaram a observar os passos de OSALÁ-Obatalá e tomaram conhecimento de que ele estava interessado em contratar um escravo. E isso foi feito. Seu nome era Àtowódá, que desde o princípio demonstrou ser muito eficiente, dando muita satisfação a OSALÁ-Obatalá. Após algum tempo o escravo pediu a OSALÁ-Obatalá um pedaço de terra para seu cultivo. De bom grado lhe foi dado o que pedia. Em poucos dias, Àtowódá transformou a terra em boa área de cultivo, construindo ali uma pequena cabana. Isso impressionou OSALÁ-Obatalá, que depositou nele toda a sua confiança.

Ocorre que Àtowódá não tinha boms propósitos. Seu desejo real era matar OSALÁ-Obatalá. E assim, arquitetou um plano. Observou que, no caminho íngreme que levava até a sua cabana, havia muitas pedras grandes que poderiam facilmente ser empurradas, causando seu rolamento montanha abaixo para esmagar OSALÁ-Obatalá.

Alguns dias mais tarde, OSALÁ-Obatalá seguia sua caminhada habitual em visita às suas terras. Do topo da montanha, Àtowódá observava. A habitual roupa branca de OSALÁ-Obatalá destacava-se do fundo verde de suas plantações. Quando Àtowódá estava certo de que não haveria saída para OSALÁ-Obatalá, subitamente deu um empurrão na maior das pedras. A pedra começou a rolar e se dirigiu com toda velocidade para onde estava OSALÁ-Obatalá, o qual, paralisado pela surpresa, não pôde escapar. Foi atingido em cheio e seu corpo partiu-se em muitos pedaços, ficando espalhado por toda parte.
A notícia correu.  OSALÁ-Obatalá havia sido destruído por homens invejosos. BARÁ foi um dos que recebeu a notícia. Seguiu rápido para Abéòkuta para verificar o ocorrido. Seguiu depois para o òrun=CÉU, relatando a tragédia a *Olódùmarè*, que designou Òrúnmìlà para encontrar as partes do corpo de Obatalá e trazê-las de volta.  Òrúnmìlà seguiu para o local imediatamente. Após um certo tempo a lamentar o fato, executou um ritual que tornou possível achar todos os pedaços espalhados do corpo. Ele os recolheu num grande igbá e levou a Ìrànje, antiga cidade de OSALÁ-Obatalá, onde depositou uma porção dos pedaços que possibilitou fazê-lo renascer no òrun. O restante espalhou "por todo o mundo", fazendo com que fossem surgindo novas divindades, então denominadas ÒRÌSÀ, que sintetiza a contracção da frase Ohun tí a ri sà - "O que foi achado e juntado", alusiva ao fato do recolhimento dos pedaços do corpo de Obatalá.

Como outras divindades surgidas do corpo de Obatalá passaram a ter seus nomes derivados dele, tornou-se então necessário destacar seu nome como Òrìsà nlá - O grande Orisá - que representa aí a soma de todos os orixás juntos.

ITÃN DE OSALÁ Nº XIII

Porque BARÁ não deve viver na Casa de OSALÁ

BARÁ gostava muito de dançar e para ir a uma festa fazia qualquer coisa. Um dia havia uma festa e ele não podia ir porque não tinha dinheiro. Fez todos os esforços possíveis até que, como última alternativa, chegou a casa de Oxalá e prometeu limpar-lhe a casa todos os dias se ele o livrasse de um grande apuro que tinha. OSALÁ aceitou e pagou-lhe adiantado, pelo que BARÁ pode ir à festa nessa noite. Esteve muito contente e divertiu-se muitíssimo, estando tão cansado no outro dia que lhe custou fazer o trabalho a OSALÁ como tinham combinado. A limpeza foi feita de má vontade, nesse e em todos os outros dias.

Enquanto isto sucedia, OSALÁ ficou doente repentinamente, a tal ponto que teve que consultar Orun-milá. Nesta consulta saiu que na sua casa havia alguém que não era dali e que era necessário que se fosse embora. Que apenas esse alguém saísse de sua casa, ele melhoraria de saúde, e também lhe foi dito que aquele que estava em sua casa se sentia preso e que essa era a razão da sua enfermidade. OSALÁ recordou-se do rapaz que tinha na sua casa para a limpeza, mas não o despediu de imediato, e, quando houve outra festa na povoação disse-lhe: "Toma este dinheiro e vai à festa. Já não me deves nada, mas não me abandones e visita-me quando quiseres". BARÁ foi-se embora muito contente e desde esse momento OSALÁ começou a melhorar e curou-se da doença que tinha.

ESPÉRO MAIS UMA VEZ TER ESCLARECIDO AS DUVIDAS DOS IRMÃOS E TAMBÉM DOS AMIGOS, AGRADEÇO DE CORAÇÃO POR TODOS OS E-MAILS QUE TENHO RECEBIDO, DE ELOGIO PELO MEU TRABALHO E TAMBBÉM PARA TIRAREM ALGUMAS DUVIDAS.

*KOLOFÉ OLORUN À TODOS*

*BÁBÁÒLÒÒRÌSÁ OBÁ OMÍ D’ YEMANJÁ*




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